Como tudo começou

29/02/08

Saiba que:

Significado: Erro grosseiro.

Origem: Na Roma antiga havia o Triunvirato: o poder dos generais era dividido por três pessoas. No primeiro destes Triunviratos , tínhamos: Caio Júlio, Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar um pequeno povo chamado Partos. Confiante na vitória, resolveu abandonar todas as formações e técnicas romanas e simplesmente atacar. Ainda por cima, escolheu um caminho estreito e de pouca visibilidade. Os partos, mesmo em menor número, conseguiram vencer os romanos, sendo o general que liderava as tropas um dos primeiros a cair.
Desde então, sempre que alguém tem tudo para acertar, mas comete um erro estúpido, dizemos tratar-se de um "erro crasso".

FC

Nuno obrigada pela colaboração

Emmerico Nunes (1888-1968)

Um dos pioneiros da banda desenhada e desenho humorístico em Portugal teve em Sines o refúgio da sua vida adulta.


EMMERICO Hartwich Nunes nasce em Lisboa em 6 de Janeiro de 1888, filho de Silvestre Jacinto Nunes e Maria Ferdinanda von Moers Hartwich Nunes (bávara de Regensburg, na Alemanha).
Com apenas 10 anos edita um semanário humorístico - "A Risota", com prosa e desenho da sua autoria.
"Aí por volta dos meus 10 anos, comprei um copiógrafo e de colaboração comum dos meus primos, que também tinham jeiteira para o desenho, "editámos" um semanário humorístico.... este meu primo foi para o Rio de Janeiro e eu continuei sozinho com a publicação que enchia com bonecada e prosa exclusivamente da minha autoria." (in Autobiografia).
Entusiasma-se com a "Paródia" de Rafael Bordalo Pinheiro e torna-se admirador de Leal da Câmara, que é ilustrador da "Marselheza" e da "Corja". Edita um semanário, "Folhas Volantes".
Das contas às artesDepois de acabar o curso comercial no Liceu Politécnico, frequenta a Escola Comercial Peixoto, por desejo do pai. Não gosta da experiência.
"... eu fui sempre avesso às contas e à contabilidade. Detestava os algarismos e a ideia de ir para a vida comercial, de passar os dias em frente de uma secretária com oleado preto, pendendo a cabeça por cima de calhamaços do "Deve e Haver" e dos "Ganhos e Perdas" apavorava-me..." (in Autobiografia)
O pai acaba por inscrevê-lo na Escola de Belas-Artes de Lisboa onde os mestres são Condeixa e Alberto Nunes.
"Tinha então 17 anos. Concluíra o segundo ano do curso geral e meu pai sempre desconfiado do meu talento, resolveu um dia levar-me ao atelier de mestre Malhoa. Num Domingo de verão enchi uma pasta com tudo que durante os últimos três anos havia desenhado e pintado, pus a minha gravata à Lavalière, que usava então como símbolo da verdadeira Arte..." (in Autobiografia)
Silvestre Nunes decide saber sobre a vocação de seu filho e mostra os seus trabalhos a Malhoa. Malhoa aconselha-o a mandá-lo para Paris.

Em 1906, Emmerico Nunes segue para Paris, com uma carta de apresentação de Jorge Colaço dirigida a Ferdinand Cormon, que fora seu professor nas Beaux Arts.Durante algum tempo frequenta as aulas de Jean Paul Laurens da Académie Julien e acaba na École des Beaux-Arts durante quatro anos. Ao mesmo tempo frequenta as academias particulares de Montparnasse. Executa algumas caricaturas e pinta paisagens.
Em 1910, Emmerico viaja a Inglaterra, Holanda e Bélgica, na companhia de Eduardo Viana, Francisco Smith e Manuel Bentes. Participa depois numa exposição de caricaturas na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa.
Em 1911, Emmerico vai para Munique. Estuda na Kunstakademie e frequenta o atelier de Heimann. Dirige-se à editora do Meggendorfer Blatter com o intuito de lhe vender um álbum para crianças desenhado em Paris. Entra como colaborador efectivo do jornal, com exclusividade até 1916.
Participa na Exposição Livre, em Lisboa, que reúne um grupo de artistas vindos de Paris: Manuel Bentes, Emmerico Nunes, Eduardo Viana, Alberto Cardoso, Francisco Smith, Domingos Rebelo, Álvares Cabral.
Em 1912 abre no Grémio Literário o I Salão de Humoristas Portugueses. Emmerico Nunes está entre os participantes.
Stuart Carvalhais, cuja obra gráfica é muito reportável ao trabalho de Emmerico Nunes, é considerado o fundador da banda desenhada para crianças.
Cria em 1915 "Quim e Manecas" no Século Cómico, um suplemento humorístico do jornal O Século. Continua esta série até 1953, oito anos antes da sua morte.

Um ano mais tarde abre as portas o II Salão de Humoristas Portugueses com os anteriores expositores mais Armando Basto, António Soares e Milly Possoz.
Em Nova Iorque abre a exposição "Armoty Show", com a participação de Amadeo de Souza-Cardoso.
Emmerico Nunes parte para Zurique em Outubro e mantém colaboração com um jornal alemão durante o tempo da guerra. Em Lisboa faz uma exposição sob o título "Arte e Humor".
Em Zurique, trabalha para um atelier de artes gráficas e expõe diversas vezes paisagens e caricaturas na Kunsthaus.
Emmerico regressa ao país em 1918 e, no ano seguinte, expõe com os Humoristas Portugueses em Lisboa.
Sines é o cenário do seu casamento, em 1920, com Clotilde Edwards Pidwell. A Editora Schreiber insiste no seu regresso a Munique com o pretexto de que Alemanha tinha voltado à normalidade, mas Emmerico Nunes hesita. Vai a Madrid em Março para participar na exposição dos humoristas espanhóis. Os seus trabalhos a óleo são reproduzidos em "La Esfera", assim como outros desenhos a preto e branco publicados em "Nuevo Mundo".
Quando retorna a Lisboa não encontra trabalho, vive apenas do produto das suas produções para o estrangeiro, designadamente para Munique.

Em Julho do mesmo ano organiza a III Exposição Lisboeta do Grupo de Humoristas Portugueses no Teatro S. Carlos.
Colabora com o semanário humorístico de Madrid "Buen Humor".
Em 1921, está Emmerico Nunes na Alemanha, nasce a sua primeira filha e o artista volta a Portugal. Mas continua a trabalhar para o Meggendorfer Blatter. Praticamente nada recebe pelos seus trabalhos, devido à inflação que ocorre na Alemanha. Acaba por aceitar um lugar como dactilógrafo numa casa comercial.
Em Lisboa começam a publicar-se "O Diário de Lisboa", o "ABC A RIR" (Semanário Humorístico) e o ABC-ZINHO (jornal infantil dirigido por Cottineli Telmo). Emmerico colabora com os três ABC, ainda que continue a executar trabalhos publicitários para o atelier Hauser, em Berna, na Suíça.
Em 1924, Emmerico está em Munique. O movimento nacional socialista começa a alastrar e o artista decide que jamais se conseguiria estabelecer na Alemanha sob tal regime e regressa definitivamente a Portugal. Envia, no entanto, pontualmente, desenhos para a editora J. F. Schreiber de Munique e colabora ao mesmo tempo com "O Domingo Ilustrado" e "Espectro", que tem uma duração efémera.
Em 1926, é instituída em Portugal a ditadura militar e começa a censura à imprensa. Iniciam-se as publicações de "Ilustração", "Magazine Bertrand" com as quais o artista começa a colaborar. Aceita um lugar de desenhador na secção de publicidade da Vacuum e participa no Salão dos Humoristas (Salão Silva Porto), no Porto e no II Salão de Outono da Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa.

Em 1928 é a homenagem nacional a Malhoa. A revista "Vogue" organiza, na Sociedade das Belas Artes, o I Salão de Outono de Elegância Feminina e Artes Decorativas.
Emmerico inicia a sua colaboração no semanário infantil suíço "Der Spatz".
Em 1929, ilustra os livros da colecção "Biblioteca dos Pequeninos" que é editada pela Empresa Nacional de Publicidade. A editora J.F. Schreiber de Munique adquire o "Fliegende Blatter" e Emmerico Nunes começa a sua colaboração.
Entre 1930 e 1931, o artista adoece. É despedido da Vacuum e sobrevive vendendo retratos a óleo.
Acaba por arranjar emprego na Secção de Publicidade da Companhia Industrial de Portugal e Colónias. Colabora com o "Zuricher Ilustrierte Zeitung" de Zurique e participa nos salões anuais da Sociedade de Belas Artes.
Em 1935 está em Haia, onde colabora no "Haagscher Courant" durante dois meses e volta de novo a entrar ao serviço da "Vacuum". De manhã trabalha na Portugal e Colónias, è tarde na Vacuum e à noite desenha para "O Senhor Doutor". Restam-lhe os domingos para pintar.
Em 1937, Emmerico Nunes integra a equipa de decoração do pavilhão português na Exposição Universal de França.
Em 1939 colabora também para o pavilhão nacional na Feira Internacional de Nova Iorque.Ainda numa fase de exposições, em 1940, participa na Exposição do Mundo Português. Colabora no Semanário "Acção" mas queixa-se de que Portugal não possui um único jornal humorístico. Continua a dedicar-se à pintura e ao retrato e durante toda uma década ilustra uma série de livros para adultos e crianças.

Em 1941 está a trabalhar como litógrafo na "Portugal e Colónias" e vai participando em exposições do SPN e da SNBA.
Em 1946, falece a mãe do artista (o pai virá a morrer em 1952).
Em 1951, Emmerico Nunes é professor de desenho dos filhos do Conde de Paris. A Agência Geral do Ultramar encarrega-o da realização do Pavilhão do Ultramar para a Feira Popular de Lisboa.
No mesmo ano, organiza a exposição de Arte Sacra Missionária em Lisboa (no claustro do Mosteiro dos Jerónimos) e Pio XII agracia-o com a comenda da Ordem de S. Silvestre.
Em 1952, executa trabalhos de restauro nas Oficinas do Museu Nacional de Arte Antiga.
Expõe na 1.ª Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (criada em 1956) com o óleo "Brooklyn".
Emmerico Nunes é operado em 1960 e fica com a saúde muito abalada. Ainda executa um painel para a Igreja Matriz de Sines e pinta vários retratos e paisagens.A 18 de Janeiro de 1968, Emmerico Hartwich Nunes morre em Sines.

FC

28/02/08

CONVIDO A CONHECER:

RELEITURAS DO QUADRO “LAS MENINAS” DE VELÁSQUEZ

Penso que todos conhecemos, mais ou menos bem, esta obra, que o espanhol Diego Velásquez pintou em 1656 e que poderemos admirar no Museu del Prado, em Madrid..
A cena mostra-nos como figura central a Infanta Margarita, rodeada das suas damas. Os pais, Reis de Espanha Filipe IV e Mariana de Áustria, aparecem reflectidos no espelho que se vê ao meio. O próprio pintor fez-se também representar, de paleta na mão, ao fundo, à esquerda.
Sendo como é, uma obra mundialmente conhecida, não escapou ao interesse de vários outros pintores para, baseados nela, fazerem depois as suas interpretações pessoais.
Também Picasso criou, a partir do dito quadro, nada menos de cinquenta e oito versões de pinturas a óleo, entre Agosto e Dezembro de 1957. Tive oportunidade de ver alguns destes quadros no seu museu, em Barcelona.

















Escolhi cinco dessas releituras para vos mostrar hoje, pois, goste-se muito ou pouco deste pintor, parece-me sempre interessante analisar a sua obra.
Até breve, num qualquer outro assunto, como tema de conversa informal.
M.A.

27/02/08

AGUARELA sobre a "CRUZ QUEBRADA"

Autor CARLOS PINTO RAMOS - 1905-19??
Designação "Apanha do mexilhão na Cruz Quebrada"
Técnica aguarela sobre papel
Assinada e datada de Caxias - 1950
Dimensões 22,5 x 33 cm
FC

25/02/08

DRAGOEIROS NO JAMOR

Um destes dias ao fazer uma caminhada no magnífico espaço do Jamor, encontrei dois centenários(?) e majestosos Dragoeiros.
Curiosamente em Tenerife, por exemplo, um dos pontos de visita obrigatórios para os turistas é justamente o "El Drago".
Atenção entidades! Tomem muito cuidado com estes dois belos exemplares! Façam-lhes a protecção devida e merecida.
A comunidade agradece, a História e o Planeta também.


Fica entretanto a explicação obtida na Wikipédia, do que é um Dragoeiro:
A Dracena draco, mais conhecida por Dragoeiro, é uma planta originária da Macaronésia. O dragoeiro pertence à classe Liliopsida, ordem Asparagales, família das Ruscaceae (Dracaenaceae), sendo nativo dos arquipélagos atlânticos das Canárias, Madeira e Açores, e localmente da costa africana vizinha. Pode atingir centenas de anos de idade, produzindo árvores de grandes dimensões. Apesar de comuns e muito apreciados como plantas ornamentais em jardins nestes arquipélagos, o dragoeiro encontra-se vulnerável no estado selvagem devido à destruição do seu habitat. A sua abundância pode variar entre o relativamente comum nas Canárias a extremamente raro na ilha da Madeira.
FC

24/02/08

PROJECTO SOS AZULEJO

O Património Azulejar português é de uma riqueza e valor incalculáveis, ocupando um lugar de relevo não só no Património Cultural do nosso país, como também no Património da Humanidade: destaca-se pela sua qualidade, quantidade e pela variedade e especificidade de estilos, materiais e técnicas, surgindo como uma das características arquitectónicas portuguesas mais emblemáticas e facilmente reconhecíveis. Urge, por isso, defender este património e preservá-lo para as gerações seguintes.

O Projecto “SOS Azulejo” é de iniciativa e coordenação do Museu de Polícia Judiciária, órgão do Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais, e nasceu da necessidade imperiosa de combater a grave delapidação do património azulejar português que se verifica actualmente, de modo crescente e alarmante, sobretudo por furto, mas também por vandalismo e incúria.

Assim, a par de uma estratégia assertiva e pragmática de Prevenção Criminal, o Projecto SOS Azulejo opta por um alargamento multidisciplinar na abordagem à problemática da salvaguarda da azulejaria portuguesa que engloba também a vertente da Conservação Preventiva - pois neste combate ambos os vectores estão interligados e são indissociáveis.

No dia 28.02.08 pelas 17h, no Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais.
Museu e Arquivos Históricos de Polícia Judiciária
Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais
Quinta do Bom Sucesso, Barro,2670-345 Loures

FC

23/02/08

CONVIDO A CONHECER:

EMBLEMA DA SIMECQ
Dei comigo a pensar um dia destes sobre qual seria o significado de cada um dos elementos que compõem o Emblema da Simecq. Às perguntas que fui fazendo, ninguém me soube responder, então resolvi ir em frente na procura e, depois, disso informar os meus leitores. Quem sabe se algum deles se interrogou já, também, sobre o mesmo assunto?
Conversando com a Francisca Carvalho, prontamente ela iniciou a sua acção no sentido de descobrir quem nos pudesse elucidar. Isto, porque não há nada escrito e, se acaso houve, terá sido perdido por qualquer razão que não descortinamos. Resta portanto a memória oral, neste caso a de um dos Sócios mais antigos e também ex Presidente da Colectividade.
Inicialmente o Emblema da Sociedade era simplesmente a Lira Dourada, alusiva à Música que ali existiu, desde a sua fundação, em 1880
Só cerca de 1940 é que terão sentido necessidade de alterar o Emblema para nele inserirem símbolos de outras actividades que entretanto foram sendo criadas na Colectividade. Possivelmente, por consenso do grupo que liderava na altura, quem se encarregou de passar a ideia ao papel foi alguém cuja acção sei ter sido bastante marcante na época.
De nome Amaro Nunes da Costa, foi este um dinamizador polivalente de tudo quando decorria dentro da SIMECQ. No desporto, no teatro, na música, etc. a sua influência sempre se fez sentir, dizem-me, com o maior entusiasmo e eficiência.
Feita esta curta apresentação do autor, passemos à descrição dos vários componentes do Emblema.
No corpo central mantém-se a Lira dourada, correspondente à Música. (Depois de um prolongado interregno, temos de novo uma Banda e o ensino da música a funcionarem).
O escudo interior, dividido na vertical, mostra as cores verde e branco que simbolizam a Componente Natureza, (vizinhos somos até da Mata do Estádio Nacional) e, o Coração aberto na sua Pureza de Sentimentos. Na esquerda superior a Cartilha Maternal de João de Deus, como raiz do ensino infantil, (uma Escola fundada em 1924) e, na direita inferior, o Discóbolo simbolizando o Espírito Olímpico, o Desporto Amador e a Ética do mesmo.
Circundando estes elementos, dois ramos, um de Oliveira e outro de Azinho, representam, o primeiro, a Prosperidade e a Paz e o segundo a Força da Natureza, aquilo que é genuíno. Liga-os um laço encarnado como União das Vontades na Entrega e Espírito de Sacrifício.
Finalmente na faixa branca colocada na diagonal, sobre o já referido escudo verde-branco, estão inseridas, a ouro, as iniciais da SOCIEDADE DE INSTRUÇÃO MUSICAL E ESCOLAR CRUZ QUEBRADENSE. Dizem-me que a escolha do metal nobre é para melhor enaltecer a importância que em todos deve existir, do valor que a Colectividade tem, como Símbolo de Entendimento e como local de convívio e partilha junto de cada cidadão.
Espero que tenham gostado de saber este bocadinho de história ligado à SIMECQ.
Oxalá queiramos, também, reflectir sobre o significado de todos estes valores morais que, no seu conjunto, orientaram a criação deste Emblema. Que persista em todos nós a vontade de os compreender, preservar e os transmitir, sempre na sua mais pura essência.


Agradecimentos à Francisca Carvalho e ao Sr. Mário Salgado pelas informações prestadas.

M.A.

22/02/08

ARISTIDES SOUSA MENDES

Diplomata ( 1885 – 1954 )

Aristides de Sousa Mendes, Nasceu em Cabanas de Viriato em 19 de Julho de 1885 e faleceu em Lisboa em 3 de Abril de 1954.

Recusou-se a acatar as ordens do seu governo (o regime de Salazar), e concedeu vistos a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir de França em 1940, ano da invasão de França pela Alemanha nazi.

Na 2ª Guerra Mundial Aristides salvou dezenas de milhares de pessoas do Holocausto.

Foi o "Oskar Schindler Português" comparação pouco digna, uma vez que Arstides salvou um número de pessoas muito superior a Schindler.

Saiba tudo sobre este notável Português no museu virtual

FC

Ciência: Investigadores abrem no sábado os seus laboratórios ao público em Oeiras

Lisboa, 22 Fev (Lusa) - Os cerca de 350 investigadores do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), de Oeiras, abrem os seus laboratórios ao público no sábado para se darem a conhecer e explicarem o seu trabalho.

Já realizada em anos anteriores, o "Dia Aberto do ITQB" visa desta vez "explorar o mundo vivo pelo lado de dentro, espreitando a natureza desde o ambiente até ao átomo", segundo fonte deste instituto da Universidade Nova de Lisboa.

"O convite é acima de tudo para um dia de diversão e descoberta da Ciência com quem explora o mundo vivo por dentro todos os dias", acrescentou.

A iniciativa, que decorre a partir das 10:00, permitirá que os cientistas satisfaçam a curiosidade tanto de adultos como de crianças, respondendo às suas perguntas e mostrando-lhes como se faz investigação.

O Instituto estará aberto ao público durante todo o dia, com visitas aos laboratórios de investigação de meia em meia hora a partir das 10:30 e comunicações de hora a hora entre as 11:00 e as 16:00 sobre temas tão variados como "astrobiologia" ou "uma bactéria vista por dentro".

Para "escutar as conversas entre os átomos" terão início também às 10:30 visitas guiadas ao Centro de Ressonância Magnética Nuclear (CERMAX)e, para ilustrar o tema "do laboratório à indústria", poderá visitar-se (às 11:00 e às 12:00) a Unidade Piloto do IBET (Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica).

O ITQB é um dos maiores centros de investigação portugueses dedicados às ciências da vida, tendo como missão assegurar formação avançada nas áreas da química, biologia e tecnologias associadas.

A jornada insere-se no programa "Oeiras Vive a Ciência", um projecto conjunto do ITQB e do Instituto Gulbenkian de Ciência, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras.

CM.

Lusa/Fim

21/02/08

CONVIDO A CONHECER:

FORTE DO BOM SUCESSO

Desta vez, este pequeno apontamento será para levar os meus leitores até ao Forte do Bom Sucesso, situado junto à Torre de Belém.

É neste local que a LIGA DOS COMBATENTES concentra o núcleo principal do seu património museológico e, neste momento, não faltam mesmo motivos para que todos decidam ir até lá.

Além da Exposição Permanente intitulada O COMBATENTE PORTUGUÊS há também uma outra, na mesma zona, de Fotografia das CAMPANHAS DO ULTRAMAR, onde podemos apreciar fotos do repórter de Guerra Fernando Farinha.

Nas salas 1 e 2 temos a Exposição LEONARDO DA VINCI - O INVENTOR. Já aqui anunciada aquando da sua inauguração, quero agora acrescentar que, ali, encontraremos não só diversas réplicas em madeira de máquinas inventadas por aquele multifacetado génio italiano, como, igualmente, teremos oportunidade de conhecer o funcionamento das mesmas.

Depois, intitulada "PEREGRINAÇÃO", (o que logo nos indica ser inspirada no relato aventuroso deixado pelo nosso antepassado que se chamou FERNÃO MENDES PINTO,) podemos admirar a Exposição de Pintura de JOÃO VELHÔ. Deste Pintor conheço já algumas obras, nomeadamente as que se encontram no Instituto Superior dos Altos Estudos Militares, em Pedrouços, o que é , sem duvida alguma, um forte aliciante para me levar, de novo, a ver pinturas suas.

Ao ar livre há ainda três locais com equipamento relativo aos Ramos das Forças Armadas. Neste museu há igualmente zonas de convívio, salas de conferência e de projecções, bar, etc

Se juntarmos a tudo quanto já foi dito a beleza do local em que se encontra inserido o Forte do Bom Sucesso, temos a certeza que darão por bem empregue o tempo da visita, sentindo-se satisfeitos por terem acedido ao convite que lhes fiz no início destas linhas.

Mais haveria para dizer não fora o condicionamento de espaço. Mas, voltarei um dia ao assunto.

Os meus agradecimentos ao Exº. Sr. Tenente-General Joaquim Chito Rodrigues, Presidente da Direcção Central da LIGA DOS COMBATENTES pela informação facultada.

O Forte do Bom Sucesso encontra-se aberto todos os dias das 10.00 às 19.00 horas.

M.A.

Espectáculo para todos


Sábado 23 Fevereiro temos agendada a estreia de “O Novo Cozinheiro” às 16:30h No Mundo da Lua.Para marcações e outras informações: 214674531 / 969073331 ou nmlua@ntheias.com
FC

20/02/08

A seda da China até à SIMECQ

Na China, os simples mas custosos tecidos de seda eram decorados com signos de escrita e imagem, costume que deu origem à pintura sobre seda atingindo o seu apogeu por volta do ano 1200 d.C.. Os componentes básicos que se empregavam para preparar as tintas eram o pólen, a cinza, a fuligem, extractos de plantas e alguns pigmentos minerais de óxido de ferro e cobre.

Com o fim de conseguir uma boa impregnação da seda com a tinta, os chineses desengomavam-na com banhos de mordente. A partir de cola de arroz e farelo cozido faziam uma pasta, utilizada na preparação do tecido para as diversas aplicações. Partindo de tecidos de diferentes espessuras, preparavam biombos, tapetes, pinturas e vestidos.
Os motivos principais representados nas suas pinturas, quer fossem geométricos ou figurativos, eram constituídos por animais, plantas e seres fabulosos. Porque a expressividade dos motivos e cores era realmente de rara beleza, na Europa, durante muito tempo, imitou-se e copiou-se a arte da seda chinesa.

No nosso atelier ensinamos esta arte secular.




A Professora Yvonne Kerné observa atentamente uma aluna no trabalho de colocação da seda no bastidor.




FC




19/02/08

Teatro para Crianças

1, 2, 3, UMA COLHER DE CADA VEZ!

Ana e Fernando são duas crianças com 8 anos de idade, muito diferentes um do outro, e de mundos bem distintos. Ana é de um meio social mais modesto, vive sozinha com a mãe, e a abundância de comida na mesa não é definitivamente “o prato de todos os dias”. Pelo contrário, Fernando é filho de uma família bem abastada, mas apesar da fartura na mesa, é esquisito, come sempre as mesmas coisas, de uma forma pouco equilibrada e saudável, e às vezes é até insolente e malcriado. A “festa” começa quando os alimentos ganham vida e aproveitam para dar uma bela lição às crianças. Apesar de tudo, fortes relações de amizade vão nascer e momentos bem alegres e divertidos os nossos heróis vão viver!

23 e 24 Fevereiro, sábado e domingo, 16.00, SP

25 Fevereiro, segunda, 11.00 e 14.30, SP (exclusivo para escolas)

Mais informação:
Theatro Circo
Avenida da Liberdade, 697 – 4710.251 Braga
Tel: +351 253 203 800
www.theatrocirco.com
E porque cada vez é mais importante aprender a comer. fica aqui a sugestão para quem puder ir até Braga.
Quem sabe se esta história um dia destes não vem até à Capital....
FC

Quando havia "Ribeira de Algés"

Estas imagens são do inicio do séc.XX.
Ainda havia ribeira em Algés a correr livremente.
Nos nossos dias ela corre bem lá por baixo dos edifícios que entretanto fora construídos.
Quando se zanga do "aperto", volta ao seu leito normal..... o resultado é desastroso.

Algés, 1905. Fotografia de Paulo Guedes in Arquivo Fotográfico da C.M.L..

Algés, 1941. Eduardo Portugal in Arquivo Fotográfico da C.M.L..


Vila Castanheira, em último plano vê-se a praça de touros de Algés, Algés, 1941.Fotografias de Eduardo Portugal in Arquivo Fotográfico da C.M.L..

Há por acaso quem tenha fotos da lindíssima praça de touros de Algés?

FC

18/02/08

Hoje acordámos ao som da tempestade

3 da manhã....!!!! A madrugada tempestuosa fazia adivinhar um dia nada calmo!
Chuva, muita chuva, ...trovoada,..... tudo contribuíu para que se instalasse o caos em Lisboa (cidade) e arredores.
Algumas zonas de Cascais e Oeiras ficaram sem energia durante horas e horas....
No momento de se iniciar a habitual azáfama de ir para o trabalho, viam-se filas de trânsito infindáveis, pessoas que aguardavam já de forma desesperada o meio de transporte que teimava em não chegar! À medida que o dia avança as imagens que temos pela frente são de desolação: Muitas habitações, lojas, fábricas inundadas, pessoas aflitas, vidas perdidas, haveres afogados em lama, estradas cortadas por todo o lado, um caos autêntico.
A todos os que de uma ou outra forma, sofreram e sofrem com este verdadeiro dilúvio de hoje, o meu abraço de solidariedade.
As imagens que publico de seguida, foram tiradas por mim na zona da Abóboda - S Domingos de Rana (Cascais)

A Ribeira não aguentou tanta água e transbordou para a estrada......

As estradas transformaram-se em autênticos rios......
Ao meio - dia ainda a estrada nacional 249-4 estava neste estado.....
FC

CONVIDO A CONHECER:

A MAQUETTE EM GESSO DO BUSTO OFICIAL DA REPÚBLICA

Ao ir ver uma exposição que está no Centro Cultural Casapiano, em Belém, deparei, às tantas, na galeria já perto da Biblioteca, com um busto de grande dimensão, da figura da "República". A legenda que o identifica diz que é este o considerado como Oficial.

Após aberto o concurso, em 1911, sabe-se que vários artistas escultores concorreram mas, o 1º Prémio foi atribuído a Francisco dos Santos, nome que figura, também na legenda atrás referida.

Na pesquisa que fiz soube, que o Busto em bronze, executado a partir desta maquette, está, colocado em lugar de honra, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa.

Dado que comecei por falar, em primeiro lugar, nesta escultura, injusto seria, da minha parte, não acrescentar duas palavrinhas, ainda que muito simples, referentes ao seu autor:
Nasceu Francisco dos Santos, numa família bastante humilde, em 22 de Outubro de 1878. Ainda criança, morreu-lhe o pai e dadas as carências monetárias, a mãe viu-se obrigada a colocá-lo na Casa Pia. Aí estudou e revelou bastante precocemente a sua veia artística. Graças à orientação do Provedor, Francisco Simões Margiochi que na altura, ali exercia funções permitindo que os alunos pudessem seguir os cursos superiores que mais lhe conviessem, Francisco dos Santos foi para a Escola de Belas Artes onde se revelou um aluno brilhante. Ganhou uma Bolsa de estudos que o levou até Paris. Mais tarde foi também estudar para Roma. Conseguiu, sempre com muito esforço, dado que os meios materiais foram sempre muito reduzidos, ir valorizando os conhecimentos; percurso de vida afinal comum a maioria dos artistas que conhecemos! Regressou a Portugal em 1909, já com a família que entretanto formara. Trabalhando intensamente consegue, a partir daqui, adquirir mesmo alguma prosperidade. Sabe-se que trabalhou até ao dia da sua morte, que ocorreu no dia 27 de Abril de 1930, tendo ele apenas 52 anos.

Além destes, outros apareceram de certa envergadura, tanto neste concurso como noutros que se realizaram. Teixeira Lopes tem também um Busto da República que se encontra na Câmara Municipal do Porto.

M.A.

(Elementos colhidos num artigo de Carlos Enes, Ilustração Portuguesa e Lello Universal)

17/02/08

BONECAS - História de 3 gerações

Meus caros leitores:

Pela minha boca falarão hoje três bonecas, ou, melhor dizendo, duas bonecas e um boneco. Convém que estas coisas fiquem "bem explicadas" para não haver equívocos.

Pertenceu cada qual a uma geração diferente, isto é, as suas donas foram Avó, Mãe e Neta, de uma mesma família. As histórias serão contadas em sentido inverso à idade destas três personagens.

Posto isto, chamemos em primeiro lugar "o rapaz" e ouçamos a sua história:

"_Estamos no ano de 1965 e aproxima-se o Natal. Eu e mais "Chorões," como na altura se chamava aos bonecos como eu, estávamos expostos no estabelecimento "Luciano Matos", no Porto. A razão da escolha residiu no facto de eu ter olhos verdes como os da Menina a quem eu me destinava. Como acontece com os humanos, também em nós, os bonecos, um pequeno nada faz a diferença! Fui um felizardo porque tive logo uma mobília de quarto e várias toilettes muito bonitas.

Na manhã do dia de Natal, quando a Menina, (na altura com três anos) desceu ao rés-do-chão, encontrou-me a mim e todas aquelas "outras maravilhas" trazidas pelo Menino Jesus, espalhadas sobre um enorme Presépio, como era uso fazer-se, em casa dos seus Avós."

"_Pois… Desculpem-me apresentar-me com este aspecto. O meu percurso de vida foi já mais longo…Não consigo precisar ao certo mas ultrapassei já os 60 anos! Hoje, só o meu rosto se mantém com este aspecto juvenil, os meus olhos abrem e fecham como sempre e o meu sorriso continua bonito. Pernas também tive, claro, mas acontece que a Menina que brincava comigo, achou que eu seria capaz de me sentar, dobrando-as e, o resultado foi desastroso. Já lhe perdoei porque ela não o fez por mal!… Quem me ofereceu manteve sempre com a minha dona uma relação de amizade, muito profunda, até ao fim da sua vida."

"_Nesta família sou eu a decana das bonecas. Outra não existe que me retire esse título. Mesmo com a idade o meu olhar não perdeu o brilho de outros tempos; sofri, no entanto, alguns problemas de saúde, como por exemplo a amputação de um ante-braço. Como é o esquerdo, não me faz assim grande falta…Reparem agora nas articulações dos meus joelhos. Tal como as dos cotovelos, funcionam com um sistema de elásticos, nada sofisticado convenhamos, mas era a moda da altura.

Não tenho registo exacto da minha idade apenas sei que a criança que brincou comigo nasceu , imaginem, em 1907! Naturalmente, que já não se encontra entre nós…

Compraram-me no Porto, num estabelecimento que tinha o nome de "Armazéns Hermínios"e, para verem só como sou diferente de qualquer outra boneca, a minha cabeleira é feita com cabelo que terá sido cortado ao da Menina, minha dona.! Não sei se isso era hábito, na altura ( a memória já me vai falhando) mas, confesso que não conheço outro caso semelhante.

Esta minha toilette não é da mesma época. Feita na década de 40/50, é composta por um vestido azul com bolinhas rosa, bordadas, nas mangas e gola. Sobre este tenho um bibe vermelho e branco. Não esqueçamos que, estávamos na altura em que os bibes faziam parte integrante do vestuário das meninas!"

Do silêncio de um armário saíram estes três bonecos para contarem as suas histórias. Oxalá tenha sido agradável, para todos, lê-las. Em alguma das minhas leitoras, quem sabe, terão despertado também a saudade, das bonecas que a acompanharam na sua infância.

M.A.

16/02/08

Museu da Marioneta recebe hoje exposição de teatros de papel

Uma viagem ao «universo mágico dos teatros de papel» é o que promete a quem a visitar a exposição «Teatros de Papel: a Arte da Precisão», que estará patente no Museu da Marioneta a partir desta sexta-feira, até 30 de Abril.

«Em cena» na mostra estarão «pequenas obras de arte que reflectem a inspiração dos seus criadores e das correntes artísticas e espectáculos teatrais dos séculos XVIII, XIX e princípios do século XX».

Integrarão o acervo teatros de papel atribuídos ao famoso editor alemão Johann Ferdinand Schreiber, ao editor inglês Pollock, ao dinamarquês Alfred Jacobsen, aos franceses Imagerie d'Epinal e aos espanhóis Paluzie e Seix & Barral, El Teatro de los Niños.

Haverá ainda para ver folhas com personagens, cenários e bocas de cena pertencentes à colecção de A Tarumba - Teatro de Marionetas, uma companhia profissional de teatro, criada em 1993, cujo principal objectivo é divulgar e promover o teatro de marionetas.

Entre 13 e 25 de Maio próximo, A Tarumba vai realizar em Lisboa a 8.ª edição do Festival Internacional de Teatro de Marionetas e Formas Animadas, envolvendo alguns dos agentes culturais mais importantes da capital.

Organizam a mostra agora patente a EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural e o Museu da Marioneta.

(Lusa)

M.A.

15/02/08

Espectáculo que evoca Fernando Pessoa apresenta-se em Alcácer do Sal antes de rumar a Inglaterra

O espectáculo "Fernando Mil Pessoas Uma Musa e...", do encenador italiano Mario Fedele e baseado em textos de Fernando Pessoa, é apresentado sábado em ante-estreia em Alcácer do Sal, rumando depois a Inglaterra.

A iniciativa, segundo divulgou hoje o município de Alcácer do Sal, está integrada nas comemorações dos 120 anos do nascimento do poeta português e a ante-estreia está agendada para o auditório municipal da cidade alentejana, às 21:30 de sábado.

O espectáculo, apresentado pela Leonor Alcácer Produções, combina a poesia, a melodia e o gesto expressivo, sendo a resposta a um convite do Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões na Universidade de Oxford, na Inglaterra, para conceber, criar, produzir e realizar um trabalho original sobre a obra de Pessoa.

Depois de Alcácer do Sal, a produção estreia dia 27 de Fevereiro, pelas 18 horas, no Auditório do St John's College da Universidade de Oxford.

O espectáculo, produzido por Nuno Pinto Teixeira, conta com as interpretações da actriz Leonor Alcá­cer, da cantora Zi Plátano, da pianista Ana Rá e de Mario Fedele, como bailarino (Accademia Nazional Di Danza, Roma).

"Durante 65 minutos, podemos rever Alexander Search, Álvaro de Campos, Bernardo Soares, Alberto Caeiro e Ricardo Reis", heterónimos de Fernando Pessoa, declamados em português e inglês, acrescenta o município.

A apresentação do espectáculo em Inglaterra, "país grande na história literária e na representação dramática", justificam os promotores, está relacionada com a "oralidade da língua portuguesa e o seu valor na Lusofonia, assim como a universalida­de da obra de Pessoa".

Para a estreia em Oxford, foram convidadas "várias personalidades civis e da academia universitária, assim como do mundo diplomático, empresarial e cultural".

O espectáculo integra o Projecto Cego­nha - de acção social, cultural e educativa -, dirigido por Leonor Alcácer, que pretende iniciar uma fase de internacionalização para mostrar "o que se faz, ou se pode fazer, no actual tecido cultural português, sobretudo nas regiões mais descentradas e subde­senvolvidas".

Lusa

14/02/08

LENÇO DE NAMORADOS



Desde sempre, os portugueses partiram: ou para ganhar o sustento noutro lugar, ou para a guerra, ou para embarcarem em navios na aventura da Expansão. Em casa ficavam as mulheres e as crianças. Mulheres sós, tristes, que trabalhavam a terra, fiavam o linho, amassavam o pão e iam vivendo de esperança.Ora, na hora da despedida, em certas regiões do norte de Portugal, era “obrigatório” a rapariga apaixonada oferecer um lenço ao namorado. Lenço bordado por ela, com uma quadra da sua autoria. Se bordava com erros ortográficos, isso era pormenor insignificante, o que contava - e conta - são os sentimentos.·Depois dos abraços e beijos de despedida, o rapaz levava algo que lhe faria lembrar a amada distante. Este lenço era como uma carta, mas mais bela e quase indestrutível, bordada em linho fino, no qual - quem sabe! - Algumas lágrimas masculinas cairiam nos momentos de maior tristeza. As cores e as quadras desses lenços são das coisas mais bonitas do nosso património artesanal bordado, pela sua autenticidade e ternura.·É principalmente na região do Minho que esses “lenços de namorados” têm a sua mais bela expressão. Houve-os bordados apenas a branco ou a negro, mas os mais comuns têm muitas cores e há desenhos “obrigatórios”. Nessa linguagem secreta, fique a saber que rosa quer dizer mulher, coração é amor, lírios simbolizam a virgindade, cravos vermelhos são sinónimo de provocação, e os pombinhos significam os namorados como não podia deixar de ser. Isto, só para fazermos uma breve ideia destes sinais de amor, pois há muitos mais.

Felizmente temos as nossas “fontes”, que o património cultural escrito que se pode arquivar (hoje em espaços pequenos, devido aos avanços da informática) não desaparece e vai sendo preservado. Os textos que estão em livros podem sempre ser transpostos para materiais duradouros. As quadras de amor não estão ao relento, por isso ainda vão perdurar certamente por muitas e muitas gerações. Aqui ficam algumas quadras de Amor, retiradas do Cancioneiro Popular, coligido por J. Leite de Vasconcellos.

A carta que eu te escrevo
Sai-me da palma da mão
A tinta sai dos meus olhos
E a pena do coração.

Escrevia-te uma carta
Se tu a soubesses ler,
Mas tu dá-la a ler a outrem,
Tudo se vem a saber.

A carta que me escreveste
Inda não ia acabada
Faltava-le pôr no meio
Uma rosa encarnada.

Cartas de amor são mentiras
E amores mentiras são;
Mentira foi teu amor
Que enganou meu coração.

Escreve-me, amor,escreve.
Lá do meio do caminho;
Se não achares papel,
Nas asas de um passarinho.
Gi Obrigada pela ideia

E O AMOR CONTINUA NO AR…

Ainda sobre este tema que se comemora no Dia de S.Valentim lembrei-me de vos trazer o fragmento de um poema que ouvi, num programa de televisão, já há muitos anos, dito pelo seu Autor, o saudoso Maestro Belo Marques. Ele já estava com bastante idade e, segundo então explicou, dedicara o poema a sua Mulher, por altura dos 50 anos do casamento de ambos. A Musa que o inspirara estava também presente e, foi realmente um momento ímpar ouvir esta manifestação de amor tão bonita que, nos fez mesmo acreditar que o afecto não tinha nada a ver com a idade.


…Tenho uma amante, sonhos meus…
Reprovam? Valha-me Deus!
O que é preciso é viver...
A minha amante é tudo a que me prendo.
E querem saber? Há 50 anos já, fiquem sabendo.
Duas sombrinhas no rosto,
Dois olhinhos de sol-posto,
Sabem lá como é lindo o meu amor!
Qu’ importa que o tempo passe
Pondo-lhe rugas na face.
Pois deixem pôr!
Eu tenho uma amante que os dias não conta,
O tempo amedronta mas não atropela,.
Os anos apagam-se e, por conseguinte,
Eu tenho só vinte
Dezoito tem ela!

Tentei obter depois o poema completo mas, com grande pena minha, nunca o consegui. Parece que nunca foi publicado.

M.A.

13/02/08

DIA DE S. VALENTIM

Caros leitores:

Ainda que eu seja dos que ache que o dia de S. Valentim foi mais uma daquelas modas que se criou com o intuito de se comprarem umas tantas prendas e se trocarem mais uns postais entre namorados, mesmo assim vou deixar aqui um apontamento relativo ao que se comemora neste dia: O AMOR. Devo dizer, desde já, que é o amor tratado de uma forma muito curiosa!

É uma carta de uma rapariga para o apaixonado, recolhida numa aldeia indígena, durante a guerra , em Angola, juntamente com outros papeis que eram analisados, pelo Oficial de Operações e Informações de determinado Batalhão, para avaliar da sua importância Foi por intermédio deste militar que ela me chegou às mãos. Tal como eu adorei lê-la, também o leitor, por certo, se abrirá num sorriso ante a simplicidade da sua ortografia e redacção:



Cunga, 6 de 1963

Ex.mo menino Massidão

Antes de mais desejo saber a sua rica saúde assim como os que lhe são queridos e queridas as suas cartas em meu poder recebi e fiquei grato. Sim ansi os e seu dizeres da sua carta mais?!

Por ora não tenho mão direita ou papel ou caneta ou lápis para escrever, essas pequenas garatugas cheias de erros disculpe-me por lhe escrever. Agora sou como uma palha que não tem dono, em qualquer parte pode ser balado. Quando o menino tens me escrito as suas cartas muitas vezes o corpo fica sem força a carne sem ossos a cabeça sem juízo. O menino só pensa em fazer pedido mais o estado de viver ou modo de viver ou o meu pensar não sabes. Uma vez recebi uma das suas cartas dizendo que o meu namorar dor da Mocidade leva um ano de namoro com que, que os seus pais podem saber afinal só quezeste me enganar?!!! eu sei de namora apesar de não saber nada. Para mim agora não sou nada sou uma palha como já falei. Não posso lhe empedir podes procurar ou continuar com a tua miúda porque a vontade não é obrigatória.

Apenas pelo na minha mão na caneta em dar-lhe uns cumprimentos e um abraço de longo não temas com as minhas palavras quem ama sofre. Pesso que não fassas o pedido até quando um dia nos avistar-mos face a face. Sem mais nada

Laura”


Os meus agradecimentos ao Amigo Freitas Lopes.

M.A.


12/02/08

Workshop de Dança Criativa para Crianças



Um momento para a descoberta do ritmo, da expressão do corpo e muita diversão!
De uma forma inventiva e
divertida vamos descobrir noções de ritmo, velocidade, energia e concentração, através da execução de pequenas coreografias e exercícios criados de um modo interactivo.
16
de Fevereiro 2008, 10h45-11h45.
Objectivos
Devido aos métodos e
processos criativos que este workshop desenvolve, as crianças aprendem pelas experiências do próprio corpo a agirem livremente no espaço em que vivem, interagindo com as pessoas que as cercam. A dança, como uma actividade que prioriza uma educação motora consciente e global, não é só uma acção pedagógica, mas também psicológica, com o fim de normalizar ou melhorar o comportamento da criança, além de proporcionar o resgate de valores culturais, o aprimoramento do senso estético, e o prazer da actividade lúdica para o desenvolvimento físico, emocional e intelectual.

Informações, contactos e inscrições: aqui

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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