Como tudo começou

27/03/08

CONVIDO A CONHECER:

O DESASTRE DA PONTE DAS BARCAS 27/3




Recentemente estive no Porto e, fiel aos meus amores pelo Cais da Ribeira lá fui, uma vez mais, aproveitar uma linda manhã de sol passeando à beira-rio. Como era dia de semana havia a azáfama própria, das limpezas de pavimento, das descargas para os restaurantes e demais comércio que ali funciona, o movimento dos barcos, enfim, o fervilhar de toda a vida própria daquele local.
Às tantas o meu olhar fixou-se em alguém que cuidadosamente raspava restos de cera no Memorial que assinala o Desastre da Ponte das Barcas. Algumas flores esperavam também, a seu lado. Esta evocação é feita num baixo relevo de bronze, de desenho realista , da autoria de Teixeira Lopes (pai) e foi alí posto há cerca de um Século… Porém, faz o dobro dessa idade que a tragédia aconteceu:




_ Estávamos em 29 de Março de 1809 e decorria a segunda Invasão Francesa. O general Soult entrara na cidade o que motivara que o povo do Porto, em fuga, se dirigisse para a Ponte das Barcas, existente neste local.Era este o seu nome visto ser um conjunto de vinte embarcações, ligadas entre si por cabos de aço, o qual servia de apoio a um estrado de madeira. Na época, era este o único meio que pessoas e carros tinham para a travessia do rio Douro. Naquele dia, porém, algo de trágico iria acontecer. O peso excessivo fez a ponte partir e, foram mais de 4 mil, as vítimas. Umas, engolidas logo pelo rio, outra esmagadas por quem as precedia na debandada.

Sei que estão a ser preparadas para o ano de 2009, comemorações relativas ao bi-centenário desta segunda Invasão no País, estando já previstos alguns eventos. O lançamento de um livro, dois monumentos (da autoria do Arq. Souto Moura) para colocar numa e noutra margem, no local onde, outrora, a ponte existiu, uma exposição e, também, espectáculos vários.

Bom povo este da Ribeira que, mesmo passado tanto tempo, tem viva e presente aquela catástrofe, alindando este Memorial com flores, murmurando uma prece e acendendo velas pela alma de todos aqueles seus antepassados que ali pereceram…Quem passa, deixa por vezes, também, uma oferta em dinheiro. Sei também que um dos seus zeladores foi o “Duque,” velho ícone da Ribeira.

Tive uma certa dificuldade em fazer estas fotos para os meus leitores, dada a proximidade dos chapéus de sol de uma esplanada. A mesma senhora que raspava a cera das velas prontamente me ajudou a afastá-los.

Fique com o que lhe contei na memória para, se acaso aqui passar, dar uma melhor atenção e ficar uns minutos recordando esta efeméride.

M.A.

2 comentários:

Anónimo disse...

Amélia Parabéns pelo conto, pelas fotos e pelo 1º post colocado por si no nosso blog SÓZINHA!

Anónimo disse...

Parabéns à autora do texto e aos progressos que tem feito nesta aventura que é o nosso Blog. Todos os dias vou colhendo o que a Amélia semeia. Obrigada. Francisca

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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