Como tudo começou

06/08/08

"RIBEIRA NEGRA" de JÚLIO RESENDE

(Clique na foto para a ampliar)


Em 2007 realizou-se no edifício da Alfandega, no Porto uma exposição antológica do Mestre Júlio Resende, que completava então 90 anos de idade. Nesta altura, numa entrevista, falou-se na sua obra-prima “Ribeira Negra”, um gigantesco painel em tela com mais de 120 metros quadrados ( de largura cerca de 40 metros) datado de 1985, que retrata a vida na ribeira do Porto.
Foi a partir desta tela que se fez em 1986 o painel de azulejos que está colocado à saída do tabuleiro inferior da Ponte D. Luís, logo antes do Túnel do Grilo.
Entretanto, em 1994 Júlio Resende doou à autarquia local a tela que pintara e que ficou a partir de então guardada em caixotes num dos armazéns da Câmara, nunca mais aparecendo à luz do dia.
Ora, quando o assunto foi ventilado na tal entrevista em 2007, o pintor mostrou-se triste e, disse mesmo que, por princípio, nunca se arrependia de nada mas, neste caso, repensaria, pois, para tal destino, também ele teria encontrado, por si só, um local onde guardar aqueles caixotes.
Ainda bem que as suas sentidas palavras foram ouvidas e se gerou vontade de dar à obra local condigno onde o público pudesse aceder a vê-la. Ainda durante o período da exposição na Alfandega a tela “Ribeira Negra” foi colocada no hall do 1º andar, logo defronte do lanço de escadas. De novo o Mestre se manifestou, para dizer desta vez : “Isto nasceu aqui, se ficar nesta zona fico encantado!”
Em 3/11/2007 fui de propósito ao Porto para ver a exposição na Alfândega e também a tela de que falamos. Na altura, não foi possível fotografá-la porque a iluminação não estava ainda capaz. A foto que vos deixo é do painel de grés, de que falei também, que está na ribeira do Porto.

Ainda bem que tudo se conduziu desta forma para satisfação do pintor e de todos nós que o admiramos

M.A.

5 comentários:

Gi disse...

Também tenho fotos deste lindo painel;
Obrigada por ter partilhado esta curiosidade, que não sabia.

Anónimo disse...

De vez em quando lá se abre uma luz ao fundo do túnel, mas é lamentável que o nosso País dê tão pouca importância aos seus artistas, à sua cultura e à sua história!

Anónimo disse...

Esta "luz de azulejos" não está ao fundo do túnel mas sim mesmo à saída daquele que tem o nome de "Túnel do Grilo". Eu sei que o sentido do seu comentário era outro, mas deu-me para a brincadeira, menina Fátima!

Júlio disse...

A falta de tempo não me permite passar muito por aqui... Obrigado por não me deixarem esquecer o Porto em férias, agora que só volto em Setembro.

Anónimo disse...

Tenho uma grande admiração por este artista.
O que tenho lido e ouvido, mostra que é um verdadeiro mestre, de enaltecer a sua grande humildade.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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