Como tudo começou

28/10/09

FOTOGRAFIA À LÁ MINUTE



Hoje, venho falar de uma figura que, quando eu era criança se encontrava vulgarmente pelas praias, nas romarias, nas praças e jardins públicos mas que, na época actual desapareceu quase completamente. Tem isto a ver com a evolução dos tempos, claro!
Estou a referir-me ao fotógrafo à la minute.

Ele chegava, trazendo nas mãos tudo aquilo de que ia precisar, quer para a fotografia, quer para a sua revelação. Montava o caixote de fotografar sobre um tripé e ficava à espera dos clientes que quisessem deixar-se registar para a posteridade. Nas faces laterais da máquina havia algumas amostras das diferentes fotos que cada um podia escolher Na face traseira da caixa via-se um pano escuro e opaco, onde, às tantas, o homem enfiava a cabeça para fazer o enquadramento das pessoas que iriam ser fotografadas e, na face dianteira estava um fole preto com a objectiva na ponta. Depois, havia ainda um recipiente onde ele punha um líquido com um cheiro muito activo que faria aparecer a imagem no papel e, também, um balde com água onde, por fim, os retratos eram lavadas e finalmente postos a secar. Se repararem na imagem que abre este post lá estão as molas utilizadas para os suspender, no fio amarrado às pernas do tripé.
Quando o grupo estava já a postos, com um sorriso de orelha a orelha, lá vinha a voz do artista, de mão levantada a acenar:_“Olhó o passarinho”! Ao mesmo tempo apertava a bolinha de borracha que tinha na mão e que ligada ao caixote, fazia o disparo da foto.

Por vezes, utilizavam também como fundo para a fotografia umas telas com personagens cómicas. Colocava-se a cabeça no lugar correspondente à dos bonecos pintados e o retrato servia depois para provocar junto da família e dos amigos umas boas gargalhadas.
Um humor de sabor um tanto ingénuo mas, sem dúvida, saudável !
M.A

7 comentários:

Elvira Carvalho disse...

E como eu me lembro dessas fotos à lá minute.
Um abraço

JOTA ENE ✔ disse...

ººº
O ultimo que vi, foi em Havana, junto ao Capitólio, não me perdoo, não o ter fotografado.

Fika bem... e qual era o desafio?

Quica disse...

Um dia, eu tinha à volta de 2 anos, apareceu um desses fotógrafos,no portão da casa dos meus pais, estava com o meu irmão num triciclo. Ainda guardo essa fotografia, numa cor sépia. Tenho também uma fotografia dos meus pais, nos Restauradores. Para os meios rudimentáres que esses profissionais possuiam, até tinham uma certa qualidade.

Isabel Magalhães disse...

M.A.;

Nós por cá vamos perdendo as tradições mas há países onde as mantêm vivas nos locais de cultura.
Ainda há uma meia dúzia de anos tirei uma dessas fotos, com painel cómico, no Museu de Arte Contemporânea de Brigton.

Abraço

I.

M.A. disse...

Elvira Carvalho, JOTA ENE, Quica e Isabel Magalhães:
Um tudo nada fez despertar em todos vós as recordações deixadas nos comentários deste post. Todas eles agradáveis, felizmente! Por certo haverá novas oportunidades semelhantes.

Fatima disse...

Há um fotografo destes em Santa Luzia em Viana do Castelo.
Há 2 anos ainda fotografava à moda antiga, estiva a ajudá-lo a revelar as fotos que nos tirou...

M.A. disse...

Fátima:
Será então uma boa oportunidade para colocar essa foto aqui no post para todos avaliarmos a qualidade do dito fotógrafo e da ajudante na revelação!... Fica feito o desafio. Os leitores também acho que gostavam de ver...

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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