Como tudo começou

01/03/10

PIROLITO


Estou mesmo a ouvir, alguém que dê com os olhos neste post e, não seja propriamente de idade muito jovem, dizer de imediato:_Olha…o Pirolito!...
Pois é…será logo identificado e recordado como uma das bebidas mais populares durante a primeira metade do Sec.XX.
Era uma bebida preparada com um xarope de açúcar, ácido cítrico e essência de limão aos quais, depois, se adicionava gás carbónico. A principal particularidade estava no formato da garrafa e no sistema que a fechava.
O gargalo era abaulado e tinha duas “amolgadelas” laterais que serviam para segurarem um berlinde de vidro que, pela acção do gás introduzido era assim empurrado até um aro de borracha, fechando a garrafa hermeticamente. Para a abrir era um dedo que fazia descer o dito berlinde e, consequentemente, permitia a entrada do ar dentro da garrafa.
Esta garrafa foi, segundo se sabe, inventada por um inglês, Hiram Codd (1838-1887) e muito usada para diversas outras bebidas gaseificadas, por toda a Europa e também nos Estados Unidos.
O facto de existir esse berlinde era mais um aliciante para que os miúdos, depois de bebido o refrigerante, partissem a garrafa para retirarem a bolinha de vidro com a qual iriam então jogar renhidas partidas de “bilas”.
Espalhavam-se de Norte a Sul do país as fábricas que se dedicavam ao fabrico dos Pirolitos que, à época, era, sem dúvida alguma o refrigerante mais popular e mais barato.
Custava, nos anos 40 cerca de $50 e depois, nos anos 50, estava em 1$20.
E é justamente na década de 50 que começa o declínio deste refrigerante. A legislação, preocupada com a higiene no seu fabrico obrigou a dispendiosas remodelações nas fábricas e, este modelo da garrafa com a esfera de vidro dentro foi abolido por ser considerado de difícil limpeza. Pensamos que ainda se venderam Pirolitos em garrafas fechadas com caricas mas, isso já não tinha graça nenhuma.
Acontece que, em algumas feiras de velharias, ainda vemos garrafas destas o que deve constituir uma curiosidade para a gente mais jovem. Mas, acreditamos que, por perto, esteja sempre quem a possa esclarecer sobre aquela garrafa com um berlinde lá dentro.
E pronto, aqui ficou um breve apontamento sobre o Pirolito.

(Elementos retirados de um e-mail que recebemos)
M.A.

7 comentários:

Quica disse...

Claro que me lembro e bebi alguns pirolitos, mas o que mais me encatava era empurrar com o dedo a bolinha que estava no gargalo.

Ana Oliveira disse...

Ainda vi e bebi alguns...mas como era muito pequenina não me deixavam se eu a empurrar a bolinha de vidro!!! só não me lembro do sabor da bebida...bebia a olhar a bolinha!

Helena Teixeira disse...

Olá!
Pois,eu nao me lembro dos pirolitos.Pirolito para mim é uma loja de gomas ou o que se engole quando se mergulha da agua desajeitado.lol.

Ah,tenho um convite:participe na blogagem de Março da Aldeia.O tema é: Onde cresceu o meu pai.Já sabe: texto de 25linhas,+ foto,+ link do blog e título para aminhaldeia@sapo.pt até dia 08/03.

Jocas gordas
Lena

Clotilde Moreira disse...

Bebi alguns pirolitos porque sou muito velha. Em dias de festarolas para os miúdos a mãe deixava ir comprar ao sr. Freitas no Jardim de Paço de Arcos. Era preciso pericia para empurrar o berlindo. Depois... veio a gagosa e mais tarde tudo o resto.
Um abraço
Clotilde

Fatima disse...

Nas festas da minha aldeia
Havia muita animação
Gigantones. Cabeçudos
Música até mais não…

Havia os “doces da festa”
Muitas bebidas fresquinhas
Pirolitos, cervejolas
E muitas muitas tasquinhas…

No coreto tocava a banda
Com todos à volta a ouvir
Para os pequenos os “Robertos”
Aquilo é que era rir…

E a festa lá continua
Mas, o Pirolito já partiu
A banda ainda toca
O fantoche…desistiu!

pedro oliveira disse...

Bebi muitos, havia dois tios meus com restaurante na altura e a minha mãe trabalhava num deles, belos tempos este do pirolito.

M.A. disse...

Quica, Ana Oliveira, Helena Teixeira, Clotilde Moreira,Fátima e Pedro Oliveira:
Felicito-me pela lembrança de trazer o "Pirolito" aqui ao nosso blog. Despertou lembranças a todos vós e, quem sabe, a uns tantos mais que não se manifestaram.
Na Fátima até despoletou a veia poética e tudo!
Obrigada a todos. Voltem sempre.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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