Como tudo começou

28/02/11

JOÃO VILLARET MORREU HÁ 50 ANOS



Tendo nascido em 10 de Maio de 1913 este eminente actor, encenador e declamador português veio a falecer no dia 21 de Janeiro de 1961.
Completaram-se pois, este ano, 50 anos sobre a sua morte.
Porém o seu nome e prestígio continuam vivos entre nós, pois ainda ninguém lhe tirou o lugar que ele ocupava na poesia portuguesa. A nós nos parecia, sempre que o ouvíamos, que cada poeta tinha feito os seus versos para tomarem o som daquela sua voz, grave, pausada, bem timbrada, por onde o sentido das palavras chegava até nós duma forma perfeita e absolutamente natural.
Quem se lembrar do seu programa de poesia na TV recordará, sem dúvida, o ar descontraído com que costumava sentar-se, junto a uma mesa, por vezes brincando com os óculos, um sorriso no rosto, em fundo, o som do piano tocado pelo seu irmão e, depois, a poesia a fluir sem que o espectador se apercebesse do tempo a passar.
Para ele a nossa homenagem . Se o leitor ou leitora o quiser recordar clique aqui, mais aqui e, ainda uma vez mais aqui.
Nota:-Entre as gravações que tenho suas, há uma que já é uma "relíquia".É A CEIA DOS CARDEAIS, num disco de vinil, numa gravação de 1968. Além do João Villaret entram também Alves da Cunha e Assis Pacheco.
M.A.

26/02/11

PORTUGAL ANTIGO



Você lembra-se?
Se se lembra então os seus cabelos já embranqueceram e as articulações já estão mais pesadas…

Com estas duas frases começa o vídeo que trazemos hoje. É bem verdade que só os menos jovens se poderão lembrar de grande parte do que aqui é mostrado. Depois, é recomendado que não nos preocupemos pois, dizem, isso será sinal que assistimos aos melhores anos do Sec. XX. Se sim ou não, isso já fica ao critério de cada um.






Esperamos, no entanto, que estas imagens vos proporcionem recordações agradáveis.
Até breve com outro qualquer tema.
M.A.
(Vídeo recebido num e-mail)

24/02/11

COMO FAZER UM NÓ DE GRAVATA





Se ainda há por aí alguém que sinta algum embaraço por ter que fazer um nó de gravata, aqui estamos nós para dar uma ajudinha. Ora reparem nestas imagens e vejam como afinal é mesmo fácil e até divertido!






Até breve leitores.
M.A.

22/02/11

POEMA APROPRIADO AOS TEMPOS QUE CORREM





Esta Gente / Essa Gente


O que é preciso é gente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente

Gente que não seja decente
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente

Gente com mente
com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente

Gente que enterre o dente
que fira de unha e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente

O que é preciso é gente
que atire fora com essa gente
Essa gente dominada por essa gente
não sente como a gente
não quer
ser dominada por gente

NENHUMA!

A gente
só é dominada por essa gente
quando não sabe que é gente.


A autora do poema que acabaram de ler é Ana Hatherly, e ele foi retirado do seu livro "Um Calculador de Improbabilidades". Se acaso este nome, não for familiar aos nossos leitores convido-os a clicarem aqui para ficarem a conhecer a sua biografia. Quem sabe se, logo de seguida, se sentem curiosos e impelidos a procurarem ler mais coisas suas, em prosa ou em verso.M.A

20/02/11

PEÇAS DE RELÓGIO TRANSFORMADAS EM MINIATURAS ARTÍSTICAS



José Geraldes Pfau, de 57 anos, da cidade de Blumenau, Santa Catarina, no Brasil terá um dia olhado para uns relógios velhos e pensado que, em vez de os colocar no lixo, talvez valesse a pena aproveitar as diferentes peças dos mesmos para construir alguma coisa interessante.
Passou da ideia à acção e os leitores dirão, como eu, que em boa hora ele decidiu fazê-lo, uma vez que inspiração havia bastante e, habilidade manual também não lhe faltava.







Queiram pois espraiar os olhos nestas imagens e verificar como o tempo livre deste homem foi tão bem aproveitado.
A moeda de 1 euro que aparece numa das imagens permite-nos comparar e avaliar o minúsculo tamanho destas obras primas.
Parabéns a mais este artista que, com todo o gosto damos a conhecer aos nossos leitores.
M.A.

18/02/11

RUAS DO PORTO



Decerto já se aperceberam que não passa muito tempo sem que apareça aqui um post sobre o Porto. Creio ter dito já que grande parte da nossa vida foi passada por estes sítios, de modo que, sempre que nos aparece um vídeo feito sobre esta cidade, é certo e sabido que o trazemos aqui.

Desta vez o passeio vai ser por algumas daquelas ruas antigas, estreitinhas, cheias de memórias, onde nas casas térreas habita ainda gente que se conhece entre si e que até bate na porta da vizinha, se precisa de pedir a pernadinha de salsa para as pataniscas de bacalhau que está a fazer.


Aparecem igualmente as escadinhas tão típicas e que tanto jeito fazem quando, no percurso, se quer encurtar caminho…
Estes lugares são, sobretudo, destinados a andar-se a pé, com certa calma, se possível em boa companhia, para nos darmos conta de todos os encanto que o Porto antigo tem para nos mostrar.

Esperamos que gostem das imagens e do som da guitarra de Carlos Paredes, pelo menos, tanto como gostamos nós.

(Vídeo recebido por mail)
M.A.

16/02/11

O POVO PORTUGUÊS E O SEU CARACTER INTERNACIONALISTA


Na linguagem corrente empregamos, por vezes, expressões bem curiosas nas quais, pela força do hábito, já nem reparamos. São as chamadas frases idiomáticas que existem não só na nossa língua mas também em todas as demais. Têm características próprias do país a que pertencem e quando se tentam traduzir à letra o seu sentido sai, geralmente muito diferente do verdadeiro significado delas.
Agora, que vai ver, aqui reunidas umas tantas, das que se empregam cá em Portugal decerto vai achar-lhes graça.
Ora reparem:

Se tem um problema intrincado
Vê-se grego

Se não compreende alguma coisa
"Aquilo" é chinês
Se trabalha de manhã à noite
Trabalha que nem um mouro
Se vê uma invenção moderna
É uma americanice
Se alguém fala muito depressa
Fala que nem espanhol
Se alguém vive com luxo
Vive à grande e à francesa
Se alguém quer causar boa impressão
É só para inglês ver
Se alguém tenta regatear um preço
É pior que cigano!
Se alguém é agarrado ao dinheiro
É pior que judeu
Se vê alguém a divertir-se
Está a gozar que nem um preto
Se vê alguém com um fato claro vestido
Parece um brasileiro
Se fez projectos que não deram certo
Saiu-lhe o negócio furado
Se vê uma loura alta e gira
Parece uma autêntica sueca
Se quer um café curtinho
Pede uma italiana
Alguém que costuma roubar
É um "olho vê e mão pilha"
Se fez algo que não resultou
Ficou tudo em águas de bacalhau
Quando queremos um recado feito rapidamente
Vai num pé e vem no outro
Alguém que ande por caminhos obscuros
Anda a navegar em águas turvas
Se alguém é pouco esperto
Não vê um palmo à frente do nariz
Se alguém desrespeita outrem repetidamente
Faz dele gato sapato
Se alguém trata outro muito bem
Boquinha que queres, coração que desejas
Se vê horários serem cumpridos
É pontualidade britânica
Se alguém é pouco firme nas suas atitudes
É "um Maria vai com as outras"
Se vê um militar bem fardado
Parece um soldado alemão
Se uma máquina funciona bem
É como um relógio suíço
Mas quando alguma coisa corre mal
Diz-se que foi feita… À PORTUGUESA

Esperamos tê-los divertido com estas curiosidades. Estamos certas que ides descobrir muitas mais frases semelhantes.
M.A.

14/02/11

DIA DE S. VALENTIM – DIA DOS NAMORADOS

Cartã0 comemorativo do Dia dos Namorados publicado em 1883, nos Estados Unidos da América





Conta a lenda que Valentim terá sido um bispo que, desobedecendo às ordens do imperador romano Cláudio II, se apaixonou, tendo casado secretamente. Por essa razão foi preso e, depois, condenado à morte. Durante o tempo que passou encarcerado recebia mensagens e flores de jovens que enalteciam a força do amor. Ter-se-á também afeiçoado à filha, cega, de um carcereiro e , por milagre ela recuperou a visão.
Ele vem a morrer no dia 14 de Fevereiro e a Igreja entendeu considerá-lo mártir.

Esta data também marca a véspera de lupercais, que eram festas anuais da Roma antiga, em que se celebravam Juno, (Deusa da mulher e da fertilidade) e Pan, (Deus da natureza). Um dos rituais destes festejos incluía aquilo que era chamado a passeata da fertilidade e que consistia numa volta que os sacerdotes davam pela cidade, batendo nas mulheres com correias de pele de cabra, no intuito de lhes favorecer a fertilidade. (!!!...)

Outra versão conta-nos ter sido no Sec. XVII que ingleses e franceses passaram a comemorar esta data denominando-a Dia dos Namorados. Um século depois já este dia se comemorava também nos Estados Unidos.

Porém, cá pelos nossos lados, apenas no Sec. XX surgiu o hábito de assinalar esta data e , quanto a nós, veio como mais uma daquelas modas importadas que apenas convidou ao consumismo. Trocam-se umas prendinhas e juras de amor entre os apaixonados mas, quanto a qualquer outra tradição ligada a isto, nada conseguimos encontrar.

Mas, consideramos que o verdadeiro amor e bom entendimento entre os seres humanos é sempre de louvar, fomentar e comemorar, não só no dia 14 de Fevereiro mas, igualmente, nos outros 364 dias que completam o ano.
Portanto, desejamos aos nossos leitores que festejem este dia como bem entenderem contanto que…se sintam, acima de tudo, felizes!

E, já agora, porque não estender os nossos votos também a outros seres não humanos?











Neste propósito, caros leitores, convido-os a acompanharem-me numa visita indiscreta que constitui um bom exemplo da força do amor. Estes, são dois apaixonados para os quais, pensamos nós, todos os dias, serão… Dia dos Namorados.
Reparem como é avassaladora e transbordante de paixão a cena que se oferece aos nossos olhos. Será que deveríamos até ter colocado uma bolinha encarnada no canto superior, direito, da página, como se faz na TV?

Esperamos tenham gostado desta nossa brincadeira.

(Dados do texto e imagem de abertura retirados da Net. Vídeo recebido num e-mail.
M.A.

12/02/11

INSPIRAÇÃO E ARTE NA COZINHA - ESCULPIR FRUTOS E LEGUMES




Já me têm ouvido dizer, neste espaço, que admiro todos aqueles que, valendo-se de objectos banais e, até insignificantes, tiram partido deles e conseguem transformá-los em verdadeiras obras de arte.
Sem dúvida que o que apresento neste vídeo de hoje se enquadra no que disse atrás.
Só não concordo com o título que o autor(a) do vídeo lhe deu, considerando que isto é feito quando um cozinheiro não tem o que fazer. Pelo contrário, este cozinheiro, ultrapassou, em muito, aquela tarefa banal de cozinhar os alimentos apenas para serem consumidos numa refeição. Ele soube também descobrir e colocar expressão em cada legume ou fruto em que pegou, tornando cada um deles um encanto para os olhos de quem os veja.







As minhas homenagens a quem nos proporcionou conhecer todas estas pequenas maravilhas.
Sugiro, igualmente, que as ou os leitores mais habilidosos, tirem, neste vídeo, ideias para a próxima mesa da festa de aniversário dos filhos ou netos que tenham.
Mãos à obra e, se assim o entenderem, mandem depois as fotos do que fizeram que nós publicaremos.


(Vídeo recebido por e-mail)
M.A.

10/02/11

MÁQUINAS DE ESCREVER, UMA VEZ MAIS

GIUSEPPE GHIARONI



Pela segunda vez estamos com o tema máquinas de escrever. Para recordar o que foi dito na primeira, convidamos quem nos lê , a clicar aqui.
O vídeo que trazemos mostra máquinas de escrever que são já verdadeiras relíquias. Quando, hoje em dia, escrevemos no computador, dificilmente nos lembramos que, em tempos idos, para idêntica função, se utilizava um objecto destes!




Como curiosidade, vou contar-vos um episódio passado connosco e que, de certo modo, se relaciona com este assunto:
Numa ida a Paris, em 1987, compramos uma máquina de escrever electrónica. Foi para nós uma surpresa e, as inovações que trazia, quando comparada com as máquinas de escrever tradicionais, eram já bastante consideráveis. Acreditem que era mesmo um “brinquedo de encanto”.
Tempo depois, porque se estavam a esgotar as cassetes da fita nela utilizada, procuramo-las em Lisboa, sem resultado. Pelo telefone continuamos o contacto com diversas firmas e, numa delas, o senhor que nos atendeu, após ouvir os dados da máquina e o que se pretendia, um tanto agastado, disse-nos:
«_Ora esta, como quer a srª comprar uma coisa para uma máquina que nem está ainda à venda em Portugal?»
Então, ao nosso jeito, respondemos-lhe: «_Talvez tenha razão mas, se me dá licença e isso o não incomoda… informo-o que tenho uma máquina dessas e, portanto, procuro cassetes para ela!»
A conversa mudou logo de tom. O homem tornou-se mais simpático e, foi é buscar todos os argumentos que tinha e. mais alguns ainda, para nos convencer a vender-lhe a dita máquina, porque já ouvira falar dela e tinha imensa vontade de possuir uma!...

Quando já imaginávamos ter que mandar vir de fora as ditas fitas houve, finalmente, a sorte de encontrar uma única embalagem (penso que de uma dúzia de cassetes), numa firma até bem próximo de nossa casa.
Alguém lhes fizera a encomenda, fora feita a importação e, depois, como não apareceram a levantá-la, veio então parar às minhas mãos.
Hoje, leitores, até esta “neta” das que aparecem no vídeo e que era uma novidade em 1987, já está, também ela, em descanso, destronada pelo computador!
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Por razões técnicas na conversão para vídeo, foram abreviados os tempos de exposição dos slides onde aparece o Poema de GIUSEPPE GHIARONI
que abaixo se transcreve.
Se desejar conhecer dados biográficos deste autor queira clicar aqui.

MÁQUINA DE ESCREVER

Mãe, se eu morrer de um repentino mal,
vende meus bens a bem dos meus credores:
a fantasia de festivas cores
que usei no derradeiro Carnaval.

Vende também meus óculos antigos
que me davam uns ares inocentes.
Já não precisarei de duas lentes
para enxergar os corações amigos.

Vende , além das gravatas, do chapéu,
meus sapatos rangentes.
Sem ruído é mais provável que eu alcance o Céu
e logre penetrar despercebido.
Vende meu dente de ouro.
O Paraíso requer apenas a expressão do olhar.
Já não precisarei do meu sorriso
para um outro sorriso me enganar.

Vende meus olhos a um brechó qualquer
que os guarde numa loja poeirenta,
reluzindo na sombra pardacenta,
refletindo um semblante de mulher.
Vende tudo, ao findar a minha sorte,
libertando minha alma pensativa
para ninguém chorar a minha morte
sem realmente desejar que eu viva.
Pode vender meu próprio leito
e roupa para pagar àqueles a quem devo.
Sim, vende tudo, minha mãe,
mas poupa esta caduca máquina em que escrevo.

Mas poupa a minha amiga de horas mortas,
de teclas bambas, tique-taque incerto.
De ano em ano, manda-a ao conserto
e unta de azeite as suas peças tortas.
Vende todas as grandes pequenezas
que eram meu humílimo tesouro,
mas não! ainda que ofereçam ouro,
não venda o meu filtro de tristezas!
Quanta vez esta máquina afugenta
meus fantasmas da dúvida e do mal,
ela que é minha rude ferramenta,
o meu doce instrumento musical...

Bate rangendo, numa espécie de asma,
mas cada vez que bate é um grão de trigo.
Quando eu morrer, quem a levar consigo
há de levar consigo o meu fantasma.
Pois será para ela uma tortura
sentir nas bambas teclas solitárias
um bando de dez unhas usurárias
a datilografar uma fatura.

Deixa-a morrer também quando eu morrer;
deixa-a calar numa quietude extrema,
à espera do meu último poema
que as palavras não dão para fazer.
Conserva-a, minha mãe, no velho lar,
conservando os meus íntimos instantes,
e, nas noites de lua, não te espantes
quando as teclas baterem devagar.

Que este post tenha sido do vosso agrado.
Até breve, leitores.
M.A.

08/02/11

UMA FOTO SURPREENDENTE



Leitores:

Mostramos hoje uma foto bastante curiosa. Mostra-nos uma formação rochosa existente num lago da Birmânia. Segundo parece, só em determinado período do ano, a iluminação solar permite que a foto saia assim.

Se acaso ainda não se apercebeu do que estamos a falar queira olhar a mesma foto, agora colocada na posição vertical e, surpreenda-se com o que vê.

Então? Gostou?
M.A.

06/02/11

LISBOA MESMO MUITO ANTIGA



De vez em quando somos agradavelmente surpreendidos pelos tesouros que chegam até ao nosso PC. Desta vez foi um amigo nortenho que nos enviou esta preciosidade.





Dir-se-ia que subimos até ao sótão, abrimos um daqueles baús onde se guardam velharias e aparece perante os nossos olhos um conjunto de imagens, algumas das quais do tempo em que ainda por cá reinava a monarquia, vejam só!

Pois é mesmo verdade, leitores, estamos a partilhar convosco uma Lisboa mesmo, mesmo, muito antiga em algumas fotos e, noutras delas, outra Lisboa não tão velhinha assim…No seu conjunto, porém, consideramos autênticas raridades todas as fotos que se encontram neste vídeo e pensamos irão agradar a quem as possa ver.

A imagem que abre este post mostra o Brasão de Armas da Cidade de Lisboa que fomos recolher no Lello Universal e que, também, nos parece ser interessante dar a conhecer.
Espero que este post tenha sido do vosso agrado e despedimo-nos, dizendo: _Até breve leitores!
M.A.

04/02/11

SE ( Rudyard Kipling )


Se podes conservar o teu bom senso e a calma,
Num mundo a delirar p’ra quem o louco és tu
Se podes crer em ti com toda a força d’ alma
Quando ninguém te crê; se vais, faminto e nu,
Trilhando sem revolta um rumo solitário;
Se à torva intolerância, à negra incompreensão
Tu podes responder, subindo o teu calvário,
Com lágrimas d’ amor e bênçãos de perdão;


Se podes dizer bem de quem te calunia;
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor,
Mas sem a afectação de um santo que oficia,
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor;
Se podes esperar sem fatigar a esperança;
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho;
Fazer do Pensamento um Arco da Aliança
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho;


Se podes encarar com indiferença igual,
O Triunfo e a Derrota _ eternos impostores;
Se podes ver o Bem oculto em todo o mal
E resignar sorrindo o amor dos teus amores;
Se podes resistir à raiva e à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega, eivadas de peçonha
Com falsas intenções que tu jamais lhes deste;

Se és homem p’ra arriscar todos os teus haveres
Num lance corajoso, alheio ao resultado
E, calando em ti mesmo a mágoa de perderes,
Voltas a palmilhar todo o caminho andado;
Se podes ver por terra as obras que fizeste
Vaiadas por malsins, desorientando o povo,
E sem dizeres palavra, e sem um termo agreste

Voltares ao princípio, a construir de novo;
Se podes obrigar o coração e os músculos
A renovar o esforço, há muito vacilante,
Quando já no teu corpo, afogado em crepúsculos,
Só exista a vontade a comandar «Avante»;
Se, vivendo entre o povo, és virtuoso e nobre
Ou, vivendo entre os reis, conservas a humildade;
Se, inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti, à luz da Eternidade;


Se quem recorre a ti encontra ajuda pronta;
Se podes empregar os sessenta segundos
Dum minuto que passa, em obra de tal monta
Que o minute se espraie em séculos fecundos;


Então, ó Ser Sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos, os espaços;
Mas, inda para além, um novo sol rompeu
Abrindo um infinito ao rumo dos teus passos;


Pairando numa esfera acima deste plano,
Sem recear jamais que os erros te retomem,
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te, meu filho, então serás um HOMEM!...


Julgo que haverá muito poucos que, neste momento possam desconhecer este poema do consagrado autor e poeta britânico Rudyard Kipling (Bombaim 30-12-1885 / Londres 18-1-1936).
É, sem dúvida nenhuma, um poema de qualidade. Se me permitem, sugiro mesmo àqueles que tenham conhecimentos para tal, que o leia no idioma original, o inglês, certa de que tirarão disso um prazer maior ainda.




Porém, leitores, este post de hoje não fica só por aqui, uma vez que venho também mostrar um vídeo que me chegou por e-mail e, onde o seu autor incluiu um texto no qual encontrei algumas semelhanças com o poema inglês. Longe de mim pretender desmerecer no mérito de Kipling mas, ressalvadas as devidas distâncias, creio que ireis concordar comigo. Por outro lado, está feito com certo humor e, nos tempos que correm, essa é uma característica que, considero também importante para amenizar o nosso dia a dia, que nem sempre se apresenta fácil.
M.A.

02/02/11

UMA PINTURA CURIOSA


Qualquer artista, seja qual for a área em que a sua arte se manifeste, não fica, a vida inteira a repetir os mesmos temas ou a usar os mesmos materiais da mesma forma. Procura entrar em novas experiências e consoante os efeitos que com elas obtém assim irá, ou não, aproveitá-las em obras futuras.

A inspiração também é livre e, é a conjugação de tudo isto, a par também com alguma técnica e sentido estético, que faz com que os artistas, ao longo das suas carreiras, nos possam, sempre surpreender com a constante mutação daquilo que sai das suas mãos. Daí, que, quando numa conversa se aborda um nome ligado à arte podermos dizer que gostamos da sua obra mas, mais desta e menos daquela outra fase do percurso que fez, ao longo da sua vida artística.

Sempre se considerou que a arte não é estática e, penso, assim irá continuar eternamente.

Estas considerações ocorreram-me após ter visto um vídeo com uma pintura feita de forma pouco habitual mas, que, não deixa de, no final, produzir um efeito curioso e muito decorativo. Para que os leitores saibam do que falo peço-vos que cliquem aqui.
Quem sabe se com isto poderei despertar a inspiração de alguém que me leia e que resolva partir para algo semelhante?
M.A.
Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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