Como tudo começou

29/11/11

O PORTO PRESENTE DE NOVO E, TAMBÉM UM POUQUINHO DO MINHO

Igreja de S.Martinho de Cedofeita




Os leitores habituais já não se admiram que, volta e não volta eu vos fale aqui da Cidade Invicta. Não é novidade, já que tantas vezes o confessei, o quanto esta cidade representa para mim.


Ora nas suas Igrejas, ou outros monumentos, ora na zona ribeirinha, ou nos seus chafarizes, ora nos seus transportes, ou nos seus locais históricos, o nosso encontro foi acontecendo e, de tudo um pouco, já aqui foi mostrado.
Hoje, estou convencida que vos trago um dos mais antigos filmes que no Porto foi feito. Possivelmente um filme com cerca de 100 anos o que desculpa a qualidade menos boa do mesmo mas que, no entanto, será compensada pela raridade das imagens captadas. Chamo a vossa atenção para uma das imagens onde se vê a placa de bronze que assinala o histórico “Desastre da Ponte das Barcas”, tema que já foi tratado aqui no nosso blog e que, caso deseje relembrar, só terá que clicar aqui.
Depois, podereis ainda ver um pouquinho do nosso bonito Minho igualmente em época distante. Neste apontamento vêem-se sobretudo cenas rurais com destaque para o traje característico usado pelas suas lavradeiras.
Posto isto, só resta o convite para um novo clique aqui com o desejo de que o filme venha a ser do vosso agrado.
Até breve com outro tema.
M.A.

27/11/11

Já pensou em ser actor?

O grupo de teatro da SIMECQ precisa de actores.

Porque não mostrar esse seu talento? Não precisa ter experiência!

Contacte-nos!

simecq.cultura@gmail.com

25/11/11

CHITA DE ALCOBAÇA



«Ao longo da vida quem não ouviu falar de chita, colchas ou lenços de Alcobaça?
Muitos terão herdado colchas, lenços, ou mesmo simples bocados, que guardaram por
serem bonitos, tornaram-se antigos, ou eram recordações. Mas quem procura saber a sua origem.
A tradição dos panos de Alcobaça remonta ao Sec XVI. Gil Vicente traz-nos a primeira referência conhecida aos panos de Alcobaça. Na farsa dos Almocreves uma personagem diz a outra:

E logo dahi a hum ano
Para ajudar de casar
Huma orfam mandaste dar
Meio côvado pano
De Alcobaça por tosar

A primeira fábrica registada que se conhece foi fundada em 1774 por André de Faria Rocha e António Rodrigues de Oliveira. Fabricava lençaria, cambraias e fazendas brancas. A partir de 1775 várias outras fábricas se encontram também registadas.
A chita conhecida por “de Alcobaça” caracteriza-se especialmente por o padrão formar riscas largas, claras ou escuras, com decoração variada, onde aparecem pássaros, aves exóticas, animais, flores, figuras humanas europeias ou orientais, cornucópias, cestos, ânforas, ninhos pinhas, um mundo susceptível de influenciar a imaginação.»

Esta informação encontrei-a escrita por Maria Augusta T. Ferreira numa publicação de 1988, editada pelo Museu de Alcobaça e intitulada”Lenços e Colchas de Chitas de Alcobaça”. E muito mais ela nos conta nele, sobre a manufactura e evolução das chitas até aos nossos dias mas, como se compreende, é um tema demasiado extenso para o conseguir “espartilhar” num simples apontamento como este. Pode ser que, um dia, haja oportunidade de o desenvolver mais.
Agora apenas deixo amostras de algumas chitas de Alcobaça bem como de utensílios, usados em outro tempos, para o seu fabrico.


Imagens:
-Bocado de colcha, influência indiana, finais do Sec XVIII.
-Folha de rosto do livro de 1804, “Arte de fazer Chitas”.
-Lenço.
-Motivo de barra estampada.
-Barca de sarilhos, usada para lavar e tingir.
-Cunho de metal com alfinetagem. (alfinetagem, bocados de latão cortados com o diâmetro de um alfinete, inseridos no cunho para dar o efeito de picotado)
M.A.

23/11/11

RECICLAR, VAI PERMITIR CRIAR ALGUM CONFORTO



Hoje, venho mostrar-vos como a reciclagem de um material que, em princípio seria destinado ao lixo, com uma ideia genial, acrescida do trabalho de algumas voluntárias permitiu que quem tão pouco tinha na sua humilde habitação, ganhasse um pouco mais de conforto.






O conceito estético das paredes da habitação assim revestidas, poderá ser discutível, sem dúvida alguma mas, que importa isso, perante o resultado final traduzido numa melhoria de vida de alguém? Também o espírito de solidariedade que moveu todas aquelas mãos trabalhadoras é verdadeiramente de louvar.
Em tempo de crise, quando o dinheiro falta, há que improvisar e, este, quanto a mim foi um exemplo extraordinário de como fazer frente ao frio ou calor excessivos.
Vejam o vídeo e digam se tenho ou não razão.

M.A.

21/11/11

Aldeia de broas



Há mais de dois anos, falámos aqui na Aldeia de Broas.

Esta aldeia cheia de história, tem filhos que a amam muito.

Vejam o que tem acontecido no post de Outubro de 2009 aqui, e se acharem por bem, deixar uma palavra à Ermelinda, não hesitem!

Pela minha parte, desejo que a vontade desta aldeã de Broas se cumpra, e se houver boas ajudas, tanto melhor!

Um grande abraço, Ermelinda.









foto e texto meu

fc

19/11/11

O SEU PENDRIVE TEM "BLUTUFE"?






Este post vai dedicado aos “cotas”, e não só!

Situação bem humorada, mostrando a rapidez da modernidade, difícil, quase impossível, para os e… as de mais idade acompanharem! Não deixem de ler!

Oswaldo tirou o papel do bolso, conferiu a anotação e perguntou à empregada:­

-Menina, vocês têm pendrives?

-Temos, sim.­

-O que é pendrive? Esclareça-me. O meu filho pediu para lhe comprar um.

-Bom, pendrive é um aparelho em que o senhor guarda tudo o que tem no computador.­

-Ah… É como uma disquete...

-Não. No pendrive o senhor pode guardar textos, imagens e filmes. Nas disquetes, que até já nem existem, só salvava texto.

­- Ah, está bem… Vou querer.

-De quantos gigas?

­- Hein?

-De quantos gigas quer o senhor o seu pendrive?

- O que é giga?
-É o tamanho do pen.

­- Ah, bom. Eu queria um pequeno, que dê para levar no bolso, sem fazer muito volume.

-Todos são pequenos, senhor. O tamanho, aquí, significa a quantidade de coisas que ele pode arquivar.

­- Ah, sim. E quantos tamanhos têm?
-Dois, quatro, oito, dezasseis gigas...

­- Hmmmm,o meu filho não disse de quantos gigas queria.

-Neste caso, o melhor é levar o maior.

-Sim, acho que sim. Quanto custa?

-Bem, o preço varia conforme o tamanho. A sua entrada é USB? ­

-Como?

-É que para acoplar o pen no computador, tem que ter uma entrada compatível. ­

-USB não é a potência do ar condicionado?

-Não, isso é BTU. ­

-Ah! É isso mesmo. Confundi as iniciais. Bom, sei lá se a minha entrada é USB.

-USB é assim, repare, com dentinhos que se encaixam nos buraquinhos do computador. O outro tipo é este, o P2, mais tradicional, neste o senhor só tem que enfiar o pino no buraco redondo. O seu computador é novo ou velho? Se for novo é USB, se for velho é P2. ­

-Acho que o meu tem uns dois anos. O anterior ainda era com disquetes. Lembra-se das disquetes? Quadradinho, preto, fácil de carregar, quase não tinha peso. O meu primeiro computador funcionava com aquelas disquetes do tipo bolacha, grandes e quadrados. Era bem mais simples, não acha? Os de hoje já nem têm entrada para as disquetes. Ou é CD ou pendrive. ­Que coisa! Bem, não sei o que fazer. Acho melhor perguntar ao meu filho.

-Talvez seja melhor. O senhor pode telefonar-lhe, não?

­- Pois…eu gostaria, mas o meu telemóvel é novo, tem tanta coisa nele que eu ainda nem aprendi a marcar o número.

-Deixe lá eu ver. Puxa, um Smarthphone! Este é bom mesmo! Tem Bluetooth, woofle, brufle, trifle, banda larga, teclado touchpad, câmara fotográfica e de filmar, flash, radio AM/FM, TV digital, dá para mandar e receber e-maisl, micro-ondas e conexão wireless....­

- Blu... Blu... “Blutufe”? E micro-ondas? Dá para cozinhar com ele?

-Não senhor. Assim o senhor até me fez rir. É que ele funciona no sub-padrão, por isso é muito mais rápido.­

-Para que serve essa coisa do “blutufe”?

-Serve para um telemóvel comunicar com outro, sem fio.­

-Que maravilha! Essa é uma grande novidade! Mas os telemóveis já não se comunicam com os outros sem usar fio? Nunca precisei de fio para ligar para outro telemóvel! Fio nos telemóveis, que eu saiba, é apenas para carregar a bateria...

-Não, já vi que o senhor não entende nada, mesmo. Com o Bluetooth o senhor passa os dados do seu telemóvel para outro, sem usar fio. Lista de telefones, por exemplo. ­

-Ah, e antes precisava de fio?

-Não… tinha que trocar o chip. ­

- Hein? Ah, sim, o chip. E hoje já não é preciso chip...

-Precisa, sim, mas o Bluetooth é bem melhor. ­

- Óptimol esse negócio do chip. O meu telemóvel tem chip?

-Um momento... Deixe-me ver... Sim, tem chip. ­

- E faço o quê, com o chip?

-Se o senhor quiser trocar de operadora, portabilidade, o senhor sabe. ­

-Sei, sim, portabilidade, não é? Claro que sei. Não ia saber uma coisa dessas, tão simples? Imagino, então que para ligar tudo isso, no meu telemóvel, depois de fazer um curso de dois meses, eu só preciso clicar nuns duzentos botões...

-Nããão! É tudo muito simples, o senhor apreende num instante. Quer ligar para o seu filho? Anote aqui o número dele. Isso… Agora é só teclar…esperar um momento, e carregar no botão verde... pronto, está a chamar.


Oswaldo segura o telemóvel com a ponta dos dedos, temendo ser levado pelos ares, para um outro planeta:
- Olá filho, é o pai. Sim... Diz lá, filho, o teu pen drive é de quantos... Como é o tal nome? Ah, obrigado, quantos gigas? Quatro gigas está bom? Óptimo. E já agora, outra coisa, o que era mesmo? A nossa conexão é USB? É? Que loucura!. Pronto, filho, o pai vai comprar o teu pen drive. Levo-o à noite para casa.

-Que idade tem o seu filho? ­

-Vai fazer dez em Março.

-Que gracinha... ­

-É isso menina, vou levar um de quatro gigas, com conexão USB.

-Claro, senhor.


Mais tarde, no escritório, examinou o pen drive, um minúsculo objecto, menor do que um isqueiro, capaz de gravar filmes! Onde iremos parar? Olha, com receio, para o telemóvel que está sobre a mesa. "Máquina infernal", pensa. Tudo o que ele quer é um telefone, para fazer e receber chamadas. E tem, nas mãos, um equipamento sofisticado, tão complexo que ninguém que não seja especialista ou tenha a infelicidade de ter mais de quarenta, saberá compreender...


Em casa, ele entrega o pen drive ao filho e pede para ver como funciona. O garoto insere o aparelho e, no ecran, abre-se uma janela. Em seguida, com o rato, abre uma página da internet, em inglês. Selecciona umas palavras e um 'havy metal' infernal invade o quarto e os ouvidos de Oswaldo. Um outro clique e, quando a música termina, o garoto diz: -Pronto, pai, baixei a música. Agora, eu levo o pendrive para qualquer lugar e, onde tiver uma entrada USB eu posso ouvir a música. No meu telemóvel, por exemplo.­

-O teu telemóvel tem entrada USB?

-É lógico. O teu também tem. ­

- É?... Quer dizer que eu posso gravar músicas num pen drive e ouvir pelo telemóvel?

-Se o senhor não quiser baixar directamente da internet...

Naquela noite, antes de dormir, deu um beijo à mulher Clarinha e disse: ­

- Sabes que eu tenho “Blutufe”? -

-Como é que é?

­-“Bluetufe”! Não vais dizer-me que não sabes o que é?

-Não me dês cabo da paciência, Oswaldo, deixa-me dormir! ­

-Minha querida, lembras-te como era boa a vida, quando telefone era telefone, gravador era gravador, grafonola tocava discos e a gente só tinha que apertar um botão, para as coisas funcionarem?

-Claro que lembro, Oswaldo.
-Hoje é bem melhor, sabes? Várias coisas numa só, até “Bluetufe” se pode ter. E conexão USB também...

-E eu ralada, Oswaldo! Os meus parabéns.

­-Clarinha, com tanta tecnologia a gente envelhece cada vez mais rápido. Fico doente só de pensar em quanta coisa existe, por aí, que eu nunca irei usar.

-Como assim? ­- Repara, eu ainda há tão pouco tempo aprendi a usar o computador e o telemóvel e tudo o que sei já está superado. Por falar nisso temos que trocar a televisão. ­

-Porquê? A nossa estragou-se?

-Não. Mas a nossa não tem HD, tecla SAP, slowmotion e reset.­

-Tudo isso?

-Tudo.­

-A nova também vai ter “blutufe”? Boa noite, Oswaldo, vamos mas é dormir que eu não aguento mais...

Nota – O Oswaldo podia ser algum de nós, ou alguém, que nasceu nos anos 40, 50, 60,70, ou até nos anos 80. Já agora, tenho que pedir a um dos meus netos umas explicações sobre o meu telemóvel novo…


(Recebido num e-mail)
M.A.

17/11/11

Soares dos Reis e a sua obra "Conde Ferreira"





Fotos minhas


Escultor português, António Soares dos Reis nasceu a 14 de Outubro de 1847, em Vila Nova de Gaia, e morreu em 1889. Foi o grande renovador da escultura portuguesa do seu tempo, embora a incompreensão por parte da sociedade da época o tivesse conduzido ao suicídio.
Obteve o diploma de Escultura na Academia Portuense de Belas-Artes e partiu para Paris como aluno de Jouffroy. Visitou Roma em 1870, como bolseiro, no intuito de estudar a arte clássica. Aí iniciou a estátua em mármore branco O Desterrado (1872), inspirada em versos de Alexandre Herculano. Este trabalho viria a ser considerado o mais notável da escultura portuguesa de todo o século XIX, aliando à mestria técnica clássica uma temática intimista simbólica. Prosseguiu no Porto o seu trabalho com Artista na Infância (1874), Conde de Ferreira (1876), Crucificado (1877) e as estátuas destinadas à Capela dos Pestanas, no Porto, S. José e S. Joaquim (1880). Foi admitido em 1881 como professor da Academia Portuense, tendo executado nesse ano a famosa e delicada Flor Agreste. Um dos bustos mais conhecidos é ainda o de Mrs. Elisa Leech, ou o Busto de senhora inglesa (1877), cujo tratamento de síntese e de abstractização das formas não obteve repercussões favoráveis na época, tendo sido mesmo recusado pela retratada. Só depois da sua morte, a arte de Soares dos Reis assumiu a grandeza que merecia perante os críticos e o público.

Estas imagens foram recolhidas no Parque D Carlos I nas Caldas da Rainha


FC

15/11/11

CONTO DA CINDERELA EM VERSÃO ACTUALIZADA



Numa deslocação a Grândola, quando deambulava pelo centro da terra, fazendo horas para o encontro marcado em casa de uns amigos, ao olhar para dentro de um pátio que um pequeno portão separava da rua, deparei com este pequeno sapato. A cor rosa do mesmo fez-me depreender que pertenceria a uma menina e que teria caído do pé da sua dona quando, ao colo de um familiar por ali passou. Quem depois o viu no chão do passeio, terá calculado que a melhor forma de poder vir a ser encontrado seria atirá-lo para dentro daquele terraço. Deste modo, quem viesse em sua procura, fazendo o mesmo percurso, em sentido inverso, facilmente daria com os olhos nele.


E porque não fazer voar a nossa imaginação e pensar que aquela pequenina Cinderela teria deixado cair aquele ténis, propositadamente, para que o seu Príncipe o encontrasse e andasse depois a percorrer Grândola de lés a lés para lho devolver? Eles olhar-se-iam, sorridentes, depois os anos passavam, ambos cresciam, ele pedia a sua mão, casavam e seriam muito felizes para todo o sempre.


Vou escrever já esta história, procurar uma editora que a publique, irei vender muitos exemplares, ganharei muito dinheiro…
Ora, agora, a juntar à anterior, temos também uma versão moderna da Mofina Mendes! Olhem para o que me havia de dar, hoje, leitores?


O resto foi tudo conversa mas, o sapatinho cor de rosa, fotografei-o, efectivamente, dentro do tal pátio à beira da rua…
M.A.

13/11/11

Rendilheiras

Foto minha

Homenagem da Cidade de Vila do Conde às rendilheiras. O monumento foi inaugurado a 7 de Novembro de 1993 e é da autoria de Ilídio Fontes.

Cancão da Rendilheira: (tirada daqui)

Rendilheiras que teceis
As finas rendas à mão,
Eu dou-vos, se vós quereis,
P’ra almofada o coração.


Ó vem à janela
Que a noite está bela,
Vem ver o luar;
Linda rendilheira
Deixa a travesseira,
Vem-me ouvir cantar.

Freiras de Santa Clara,

Lindas monjas feiticeiras
Há restos da vossa graça

Na boca das rendilheiras.


Ó vem à janela
Que a noite está bela,
Vem ver o luar;
Linda rendilheira
Deixa a travesseira,
Vem-me ouvir cantar.

FC

11/11/11

CORAÇÃO DO MANUÉ SECO (Catulo da Paixão Cearense)



Em 10 de Maio de 2008 falei aqui no blog de Catulo da Paixão Cearense, trazendo como amostra da sua poesia sertaneja “ O Luar do Sertão”, que muita gente, por certo, já ouviu cantar.


Hoje, por qualquer razão que não sei explicar, acordei recordando um outro poema seu que li, pela primeira vez, ainda criança, numa Eva publicada num Natal.

Foi um poema que, na altura, me impressionou e que, curiosamente, ainda hoje, partes dele consigo dizer de cor.

Na pesquisa que fiz na Net não o consegui encontrar completo mas, apenas a sua parte final, declamada magistralmente por Ronaldo Boldrin. Convicta de que ides gostar, convido-vos, leitores, a ouvi-lo clicando aqui. Ele é dito ao jeito do linguajar característico dos caboclos, justamente como Catulo costuma escrever a sua poesia. Se acaso tiverdes também possibilidade de ler este poema na integra não deixeis de o fazer.
M.A.

09/11/11

Nau Quinhentista - Vila do Conde


Fotos minhas
  • Réplica da nau quinhentista

No projecto de recuperação da Alfândega Régia e do Museu dedicado à tradição da Construção Naval em Vila do Conde, é um precioso complemento a construção da réplica de uma Nau. Para além de um importante elemento de atracção turística e lúdica, tem uma função pedagógica, pois, construída com o maior respeito pelas investigações científicas da responsabilidade do Almirante Rogério de Oliveira, incorpora o saber ancestral dos carpinteiros e calafates dos estaleiros vilacondenses.

No projecto de recuperação da Alfândega Régia e do Museu dedicado à tradição da Construção Naval em Vila do Conde, é um precioso complemento a construção da réplica de uma Nau. Para além de um importante elemento de atracção turística e lúdica, tem uma função pedagógica, pois, construída com o maior respeito pelas investigações científicas da responsabilidade do Almirante Rogério de Oliveira, incorpora o saber ancestral dos carpinteiros e calafates dos estaleiros vilacondenses.

A nau portuguesa do século XVI era um navio redondo, de alto bordo, com uma relação de 3:1 entre o comprimento e a largura máxima, três ou quatro cobertas, castelos de popa e de proa, com três e dois pavimentos, respectivamente, cuja arquitectura se integra perfeitamente no casco; arvorava três mastros, o grande e o traquete com pano redondo, e o da mezena com pano latino.

A nau, assim concebida, satisfazia uma maior necessidade de capacidade de carga do que a conhecida até então nas navegações portuguesas. As viagens para a Índia eram tão longas, que forçavam os navios ao transporte de grande quantidade de alimentos sólidos e líquidos para o sustento da tripulação, tanto mais que a rota impunha longos períodos de navegação sem se ver a costa ou quaisquer pontos de apoio. Acrescia o factor comercial: o comércio das especiarias implicava o transporte de uma carga valiosa, mas volumosa, que requeria espaços adequados para o seu acondicionamento. A tudo respondia a nau, com o seu casco bojudo, e ampla capacidade de acomodação.

A fim de mostrar a complexidade da organização das viagens, a Nau apresentará os camarotes do piloto e do cartógrafo, material cartográfico, instrumentos e técnicas de navegação, cozinha e despensa, procurando elucidar sobre a complexidade e as vicissitudes da vida a bordo.

Fica o desafio para uma visita a Vila do Conde.

FC

07/11/11

PORTO ANTIGO, EM POSTAIS


Aqui estou, junto de vós, abordando de novo um assunto que me é muito grato: a cidade do Porto.
Desta vez trazendo imagens que, para mim, são verdadeiras relíquias e que não irão deixar indiferentes todos aqueles que sintam tal como eu, tudo quanto se relacione com a chamada capital do Norte.











Chamo a vossa especial atenção para as fotos que mostram o Mosteiro de S. Bento de Avé Maria, ou Encarnação, embora já não já na sua traça original. O primeiro mosteiro começou a ser construído por ordem de D. Manuel I, justamente em 1518, um ano depois de este monarca ter outorgado o foral à cidade do Porto O local é o mesmo onde hoje se encontra a Estação Ferroviária de S. Bento. Não falta sequer uma lenda que diz ouvirem-se, ainda hoje, nos corredores da estação, o som das antigas monjas beneditinas rezando. Mas, quem quiser saber mais sobre a história deste mosteiro só terá que clicar aqui.
Apreciem portanto, este curioso vídeo que foi feito com base em alguns postais antigos.
Até breve.
M.A.

05/11/11

FLOR DE SAL



É um nome que, aos nossos ouvidos tem um certo encanto e sonoridade mas, creio, para a maioria das pessoas, nada lhes diga. Possivelmente, porque ainda não há muitos a saberem que a expressão designa um sal de qualidade bastante superior, à daquele outro, que nós encontramos à venda e, habitualmente, usamos nas nossas cozinhas.
Com o aumento do gosto de cozinhar entre gente com conhecimentos gastronómicos mais requintados, cresceu também a divulgação deste produto e o seu consumo, o que motivou que apareça já nas prateleiras dos supermercados, por exemplo.

Digamos que a flor do sal será como o “crème de la crème” daquele outro que as nossas salinas produzem. Se acaso esta expressão francesa vos parecer descabida no contexto, direi que a usei por associação da imagem do leite puro, quando a nata lhe aparece no cimo. Também este sal é aquele que se forma, diariamente, como camada de espuma fina, na superfície da água das salinas, especialmente quando as condições atmosféricas são favoráveis.

Mas, melhor do que eu, vos explicará isto o Sr. Rui Simeão, que é dono de salinas que o produzem e que faz já, segundo conta, uma regular exportação deste produto. Este senhor refere, porém, que não falta, gente no mercado a…”vender gato por lebre” e, por causa disso, se tem deparado, no estrangeiro, com situações desagradáveis. Segundo afirma, ele continua a fazer questão de manter o seu produto 100% genuíno.


Clicando aqui tereis oportunidade de saber muito mais, num interessante artigo, intitulado: Aqui, as flores quando nascem têm sabor a sal.

Faz já alguns anos, ao ler algo sobre a flor do sal, quando este estava ainda pouco divulgado e, desejando experimentá-lo fui, com um familiar meu, até às salinas de Castro Marim.
As primeiras pessoas abordadas nem sabiam do que eu falava, mas, às tantas, um velhote que vinha numa bicicleta, abrandou, parou, ficou atento à conversa e disse logo:
_”Ó senhora! Venham lá atrás de mim que eu dou-lhe desse sal que quer…”
E assim fizemos. Seguimos o homem até à povoação e, uma vez em sua casa, uma pequena construção térrea toda caiada de branco, encaminhou-nos para um pátio interior, onde, de um recipiente ele encheu um saco plástico, com flor de sal para mim. Por ele, eu traria uma quantidade bem mais avantajada, tão grande era a boa vontade na oferta! Explicou-me que aquele sal era destinado a uma filha que tinha em Lx. e que ela costumava levá-lo para si e para os seus amigos também. Por ali… “Ninguém fazia questão daquele sal…servia mesmo o outro!”- rematou…

M.A.

03/11/11

O GATO E A CORUJA






O amigo que me enviou este vídeo juntou-lhe o comentário de que a “Natureza nunca pára de nos surpreender…”
Concordo plenamente com ele e acrescentarei ainda que em cada dia que passa, os animais nos dão, também, verdadeiras lições de vida, entre outras, por exemplo, a manifestação da sua amizade que, quando acontece, é mesmo pura e desinteressada.
Peço-vos, leitores, que
clicando aqui vos delicieis com estas imagens deste encontro entre dois animais, de espécies tão diferentes que, à partida, nada faria supor que se tornassem tão camaradas.
Que boa disposição emana daquelas suas brincadeiras!…Acho quase impossível que, tal como aconteceu comigo, estas cenas divertidas não vos contagiem e vos coloquem um sorriso no rosto.
Que bom seria que na espécie humana pudesse existir um espírito de camaradagem semelhante!M.A.

02/11/11

A RAPARIGA DO BRINCO DE PÉROLA



Este foi o título dado por Johannes Vermeer, pintor holandês, de Delft (1632-1675), a uma das suas telas que mostra o retrato de uma jovem com os cabelos escondidos dentro de um turbante e um brinco de pérola na orelha. As suas obras caracterizam-se por possuírem cores muito tranparentes e fluidas que na pintura se designam por velaturas e, ainda, porque a luz que neles existe é sempre tratada de uma forma muito especial também.
Este original de que falamos e que aparece a abrir o post julga-se ter sido pintado em 1665-1666.







Curiosamente, esta pintura veio a inspirar vários artistas e é precisamente esse o tema de hoje do blog, as várias versões que eu encontrei do mesmo quadro.
Verdadeiramente, nada se sabe sobre o que terá inspirado Vermeer a fazer o retrato desta rapariga mas, em 1999, Tracy Chevalier escreveu um livro onde romanceou uma história que hipoteticamente poderia relacionar-se com o assunto.
Em 2203, sob a direcção do cineasta Peter Sebber a dita história é aproveitada para um filme em que a rapariga que dá o nome ao quadro é a protagonista, no papel de Griet, uma criada da casa de Vermeer e o brinco de pérola está no centro da trama do filme.
Igualmente uma empresa de cultura de pérolas, na Indonésia publicou uma foto publicitária onde se joga também com a semelhança do modelo de Vermeer.
Depois , as restantes imagens foram encontradas na Net e procurei mencionar os autores de cada uma delas. Apenas de uma não consegui descobrir o autor.

É portanto esta curiosidade que trazemos hoje aos nossos leitores.
Espero que gostem.
Identificação das fotos pela ordem como aparecem:
-Original de Vermeer

-Actriz Scarlett Johansson no filme de Peter Webber

-Publicidade da empresa da Indonésia

-Obra de Ben Heine

-Obra de João de Faria Blanc

-Avó Ofélia

-Desconhecido

-Margot Braswe

M.A.
Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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