Como tudo começou

11/03/12

TEATRO NA SIMECQ – “ISTO VAI MEUS AMIGOS”



 O grupo de Teatro da Simecq apresentou-se de novo no palco do velhinho, mas sempre bonito, salão Nobre da Sociedade.
Ontem, dia 10 e Março, com a sala cheia, o pano de cena subiu, uma vez mais, para mostrar a quem lá se encontrava, que a Simecq continua viva, cheia de força e com a garra habitual para saber congregar, no mesmo palco, jovens e menos jovens, irmanados no mesmo espírito que a tem norteado ao longo dos anos. Desta vez o tema proposto seria uma chamada de atenção aos tempos que correm.
Como cena de abertura tivemos uma alegoria aos tempos áureos da nossa história:_ Os Descobrimentos. Mostrava-se “uma caravela sulcando as águas” e ouviram-se, declamadas, as oito primeiras estrofes dos Lusíadas:


«Às armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que permitia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino que tanto sublimaram;»











Depois todo o espectáculo se foi desenrolando numa análise crítica àquilo que podemos definir como a realidade dos nossos dias, em que cada um de nós encontra milhentas razões para descrer da capacidade de quem nos governa mas, como é também de tradição com um jeito impar, para vir falar delas sobre as tábuas de um palco… Foi um desfiar de alguns dos muitos problemas que nos afligem, sejam no sector da saúde, ou no da educação, passando pelo mau funcionamento da justiça, pelas políticas sociais e laborais, etc. etc.. Coisas muito sérias foram aqui ditas, por vezes num tom até um pouco brejeiro, mas que nem por isso lhes retirou o sentido da verdade que contêm.
Destaque especial para uma personagem designada, pela autora do texto como “personagem x”e, que atravessando todos os quadros sem pronunciar uma única palavra expressava, por mímica, sentimentos de concordância ou não, com os quais nós próprios nos íamos identificando e que completavam o sentido da cena que se representava.
Junto a este curto apontamento umas quantas despretensiosas fotos que fui fazendo ao longo da representação. Que elas tenham o mérito de vos abrir o apetite para, num dos próximos espectáculos, vos levarem também até à Simecq.

Tendo o espectáculo começado com Camões veio a terminar, na minha opinião também com uma óptima escolha, a incomparável “Pedra Filosofal” de António Gedeão, cuja letra é um eterno hino à esperança! Sempre que o homem sonha…
Falar de quem colabora na peça…não me atrevo…eles são tantos que, fatalmente, iria esquecer alguém e isso seria injusto. Cada um, a seu modo e dentro das possibilidades, creio que terá dado o seu melhor. Os meios são sempre escassos mas, o engenho ultrapassa todas as carências e…quando o sonho nasce a obra acaba sempre por surgir!

Todos merecem louvores e, portanto, a todos deixo aqui as minhas felicitações pelo bom resultado final de mais esta esforço comum. Com gente assim…”ISTO VAI (sempre) MEUS AMIGOS”! Parabéns , Simecq!

P.S.-Espectáculos de 10/3 até 21/4, todos os sábados, às 21,30 h (excepto na Páscoa)
M.A.


1 comentário:

Quica disse...

Melhor não podia ser. A análise está perfeita e as fotografias também.

A MA e a FC vão registando no Blog o que acontece na SIMECQ ao nível cultural, só é pena que por vezes não lhes cheguem a tempo alguns eventos.

Quanto à peça representada, subscrevo as palavras da MA.

Parabéns a todos os que nos deram o prazer de assistir a mais um espectáculo, fruto de muito trabalho e dedicação.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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