Como tudo começou

08/07/12

DOURO, FAINA FLUVIAL




Foi este o título escolhido por Manoel de Oliveira para um filme que realizou no Porto em 1931.
O Maestro Luís de Freitas Branco fez a adaptação musical e a fotografia é assinada por António Mendes.
Queira clicar aqui  para saber do que estou a falar.
Reparem no fervilhar do movimento que se mostra nesta filmagem. Desde a quantidade da carros de bois alinhados no cais esperando as cargas para as quais era necessária a força destes possantes quadrúpedes ao vai e vem das varinas que faziam a descarga do carvão, aos pregões das peixeiras, dando  início à venda do peixe chegado  e ao  embarque de mais uma tripulação que saia, possivelmente para a pesca, levando uns tantos  garrafões para quando a sede viesse a apertar…tudo ali mostra vida, trabalho, fazes da canseira de quem,  deste modo, de mãos dadas com o rio Douro, tinha que ganhar o pão de cada dia.
Curioso também observar a presença das crianças nestas imagens. Estávamos ainda longe das creches e jardins infantis e elas, ainda que  pequeninas, lá acompanhavam os mães no seu ambiente de trabalho, crescendo com o cheiro da maresia.
Outras gentes e outros tempos, aqui registados pelo incomparável Manoel de Oliveira.


Nota: Achei estranha a grafia do nome do realizador, colocado no princípio do filme. Aparece Manuel escrito com um ' u ' quando ele sempre o escreveu com um ' o '.
M. A.

1 comentário:

Quica disse...

A faina da pesca nos dias de hoje, processa-se de uma maneira diferente.

Os bois foram substituídos pelos tratores. Assisti há dias na Costa da Caparica ao lançamento das redes e depois à retirada das mesmas. Cada extremo da rede é puxada por um trator.

Apesar das novas tecnologias, em toda aquela faina há beleza.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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