Como tudo começou

30/08/13

DE UM CÃO AGRESSIVO, A UM CÃO CIVILIZADO



Creio que já todos  nós vimos na televisão o programa “O Encantador de Cães” onde, resumidamente falando, vemos  donos de cães com problemas, chamarem César Millan para que este avalie os animais e os  modifique, em tudo quanto esteja mal no seu comportamento.
César Millan é um mexicano que um dia partiu para a Califórnia e tem feito nome, demonstrando a sua enorme aptidão e vastos conhecimentos para comunicar com os cães. Os métodos que ele utiliza são bastante curiosos porque  não usa o castigos corporais e  baseia-se, sobretudo, na psicologia dos cães e, também, na que detecta nos humanos.
Ora, é sobre um desses programas, que vi  há dias, que vos desejo falar:

O programa começou com alguém explicando que, só  no Condado de Ventura, na Califórnia, existem mais de 1 800 "sem abrigo" e, um dos pontos onde se concentram, num acampamento, sob  tendas, é em determinada mata junto ao rio. Foi ali, junto de uma velha tenda e algum lixo, que conhecemos Lenie Pictou, uma jovem de 21 anos, que contou que o seu namorado John, um toxicodependente, quando soube que ela estava grávida, resolveu ir-se embora deixando-a, como se imagina, numa situação bem  difícil.

 Aquele local, pelos hábitos marginais de alguns dos que ali se encontram, torna-se muito problemático. Assim, como medida de defesa (e também como  fonte de aquecimento durante as noites frias), é vulgar, quem lá vive, ter consigo um, ou mais cães. No caso de Lenie era Pucker, um cão de 3 anos, arraçado de pitbull que, segundo a sua dona dizia, de cão dócil que fora , anteriormente,  depois de mudarem para  ali,  tornou muito agressivo não deixando que ninguém se aproximasse da dona.  





Entretanto, ali em Ventura, o Pastor Sam Gollouchi , que fazia assistência social na The Harbor Missionary Church,  agora na  intenção de prestar auxílio aos "sem abrigo",  estava a criar um Centro de Dia, integrado no movimento "Operation Embrasse", onde quem precisasse, iria ter um local para  poder descansar, tomar  refeições quentes, ter banhos, etc. E, curiosamente, este dito Pastor fazia questão de  receber, igualmente, os cães que estes sem abrigo tivessem, contanto, que o seu comportamento não se tornasse problemático. Neste local seria suposto haver  muita  gente e também crianças, claro está.
Ora Leni, que vivia já  o drama do parto que se aproximava, se ficou contente quando soube que se poderia inscrever neste Centro, teve também, desde logo, a  consciência de que o seu Pucker, agressivo como era, não podia ser aceite. Ponderou  dá-lo  e fora mesmo  a eventos onde se entregavam  cães para adopção mas, a amizade que tinha ao animal ,pesou sempre mais forte.
Foi nesta altura que entrou em cena César Millan.



Chegou,  decidiu levar o cão consigo para o treinar segundo a estratégia que delineou e  tudo decorreu como ele previu. O Pucker, quando se viu a primeira noite longe  da sua dona, gania que fazia dó, mas, a pouco e pouco foi-se transformando e já regressado, junto da dona, agora  instalada no dito Centro, era um cão bem diferente, calmo,  obediente,  convivendo, sem problema,  com adultos e crianças.  
Entretanto,  o namorado John que  fizera uma recuperação da toxicodependência, voltou para  a  Leni que  transparecia felicidade anunciando  irem casar em breve.

Nascido o bebé, que se chamou John,  tal como o pai, as imagens mostram, agora, uma  a família em completa harmonia e felicidade, com o Pucker também presente, fazendo parte dela.

O filme terminava com algumas considerações do César Millan explicando porque tivera, este caso, prioridade sobre outros e, as suas palavras, foram mais ou menos estas:
_Comoveu-me a amizade que  Lenie tinha ao Pucker e o facto de a ver tão decidida a mantê-lo consigo,  a pesar de todas as dificuldades porque estava a passar.Ela é mesmo amiga do Pucker. Eu, também, não me esqueço que já fui igualmente um sem abrigo pois,  quando vim do México para S. Diego, andei nas ruas e dormi, durante dois meses, debaixo de uma ponte…

Gostei de ouvir este homem, defronte da TV,  expôr,  tão abertamente, o seu passado menos risonho. Depois, pensei que nada melhor para avaliar a situação do ser humano que esteja, em apuros,  ao nosso lado,  e ter vontade de o ajudar,  do que haver  já sentido, na própria pele,  problema idêntico.
Neste episódio de vida encontramos, portanto,   vários seres humanos  que  conjugando   bons sentimentos e acções concretas, levam a bom termo uma bonita história,  dando-lhe um fim feliz.
E tudo começou porque havia um cão agressivo que era importante ser acalmado e torná-lo civilizado…

E já que falamos de cães… nesta época de férias, quantos deles, sem culpa formada,  foram condenados ao abandono apenas por crueldade dos donos que tinham?

PS-As imagens  mostram as  personagens da história.  Fui buscá-las à net.
M.A.


1 comentário:

Quica disse...



Para quem gosto de animais, é muito penoso ter de abandoná-los por falta de meios.

Esta história teve um final feliz, para o animal e para a família.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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