Como tudo começou

30/11/13

POEMA DE NATAL DE ARY DOS SANTOS



QUANDO UM HOMEM QUISER
 
Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser

Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher



Nota da autora do post-Se pretender conhecer quem foi este autor,por favor clique aqui
M.A.

1 comentário:

Quica disse...


Um poeta que desapareceu cedo demais.

Esta poesia toca-nos. Os grandes poetas conseguem transmitir com simplicidade, o que há de belo e trágico à nossa volta.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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