Como tudo começou

29/12/13

ANO NOVO - 2014



Passado que foi o Natal de 2013, daqui a pouco estaremos a entrar num novo ano. Desta vez será o 2014. 
Ano Novo vida nova! É o que sempre se ouve dizer.
É altura de esquecer o que de menos agradável se passou no ano que terminou e, entre os amigos e conhecidos se trocam-se votos para que o que se vai encetar traga a todos, inclusive a nos mesmos, a realização dos sonhos e esperanças que existam nas nossas mentes.
Há sempre uma qualquer meta a atingir e, em cada um dos 365 dias que estão pela frente multiplicam-se os esforços  tentando lá chegar. Umas vezes consegue-se… outras vezes não…E o tempo vai  passando e, naturalmente,  umas tantas alegrias e tristezas se vão alternando até ao Dezembro seguinte.
Reflectindo sobre este tema lembrei-me de ter lido  um apontamento, muito curioso, que fui procurar para  transcrever aqui. É da autoria de  Carlos Drummond de Andrade bem como  o poema que se lhe  segue.
Quem queira conhecer ou, simplesmente relembrar os dados biográficos deste  escritor  faça o favor de clicar aqui.




“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente.

Para você, desejo o sonho realizado. O amor esperado. A esperança renovada.
Para você, desejo todas as cores desta vida. Todas as alegrias que puder sorrir, todas as músicas que puder emocionar.

Para você neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida.


Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente para repassar o que realmente desejo a você. Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, rumo à sua felicidade!”  

RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
côr do arco-íris, ou da côr da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de Janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.



Neste nosso último post do ano de 2013 fomos buscar inspiração à escrita deste ilustre homem de letras brasileiro. Pensamos que quem nos acompanhou só ficou  a ganhar  com esta escolha porque, certamente, terá apreciado tanto a  sua prosa quanto a sua rima.
Pelo menos foi essa a nossa intenção.
Resta-nos associarmo-nos a ele, desejando, para todos os nossos leitores, tudo quanto de melhor o Ano de 2014 possa trazer, em especial, muita Saúde, Paz e Amor. Em suma, vivam felizes!


F.C./ M.A.

21/12/13

NATAL DE 2013


Caros leitores:
Uma inesperada e aborrecida avaria no meu pc obrigou  a uma pausa mais prolongada neste convívio do blog.
Depois da inevitável visita ao “sr. dr. da informática” que,  graças à amizade que existe entre nós, logo pegou no doente e encetou o tratamento, cá tenho de novo em casa este precioso meio de comunicar convosco.
Claro que me pesava na consciência não assinalar esta festiva quadra do Natal de forma semelhante à dos outros anos mas, felizmente, tudo se conjugou no sentido de vos poder trazer, hoje, à laia de compensação, não um… não dois…mas sim estes três bonitos poemas de Natal, de autores portugueses.

A PALAVRA MAIS BELA

Fui ver ao dicionário de sinónimos
A palavra mais bela sem igual
Perfeita como a neve dos Jerónimos...
E o dicionário disse-me NATAL.

Perguntei aos poetas que  releio:
Gabriela, Régio, Göethe, Poe,
Quental, Lorca, Olegário... e a resposta veio:
Christmas... Nöel... Natividad... NATAL...

Interroguei o firmamento todo!
Cobra, formiga, pássaro, chacal!
O aço em chispa, o "pipe-line", o lodo!
E a voz das coisas respondeu NATAL.

Pedi ao vento e trouxe-me, dispersos
-Riscos de luz, fragmentos de papel-
Cânticos, sinos, lágrimas e versos:
Um N, um A, um T, um A, um L...

Perguntei a mim próprio e fiquei mudo...
Qual a mais bela das palavras, qual?
Para quê perguntar se tudo, tudo,
Diz  NATAL,  diz NATAL, e diz NATAL?!

Adolfo Simões Müller 


O sonho do MeninoJesus

O menino nasceu de um sonho
tecido como um novelo
feito com os fios de luz
de uma estrela no cabelo.
O menino olhou em volta 
para ver mais adiante
e aquilo que encontrou
foi raro e deslumbrante.
Chamou a vaca e o burro 
para estarem junto de si
e eles obedeceram
não saindo mais dali.
Era um rei pequenino
de um reino apenas sonhado
e traçou o seu destino
num presépio acanhado
Mas ele, que nasceu livre,
em liberdade quis crescer,
seguido por gente boa
que com ele ia aprender.
E o seu maior milagre,
o que tem maior valor,
foi ter mostrado ao Homem
a força que há no amor.

José Jorge Letria,
O Livro do Natal

 O Menino Dorme

O Menino nasceu
Deixai-o estar sossegado
Na sua caminha de oiro
Com a mãe e o pai ao lado!

Vai-te embora rouxinol
P`ra longe desse loureiro,
Deixa dormir o Menino
Que está no sono primeiro!

Tu  também, ó cotovia
Já são horas de parar!
Se não paras, o Menino
Não tarda, vai acordar!

E tu, ó melro atrevido,
Que te escondes no silvado.
Vem só cantar ao Menino
Quando estiver acordado!

O Menino dorme, dorme,
Naquele sono profundo...
Quando mais logo acordar
Vai sabê-lo todo o mundo!

Alexandre Parafita,
Histórias de Natal Contadas em Verso

A imagem de abertura é a foto de um painel de azulejos (do retábulo Nossa Senhora da Vida – painel central Natividade) existente  no Museu Nacional do Azulejo,  atribuído a Marçal de Matos e executado c. 1580.
Com votos de uma boa Consoada e Feliz Natal para todos quantos nos leiam, aqui fica o nosso agradecimento pela atenção dispensada ao longos doa anos já decorridos.

F.C / M.A.

10/12/13

EM MEMÓRIA DE NELSON MANDELA





Invictus

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul. 

William Ernest Henley
(1849-1903)

(Versão em português)

Nesta noite que me cobre
Negra como um poço de borda a borda
Eu agradeço a quaisquer deuses que haja
Por minha alma inconquistável

Na cruel garra da circunstância
Eu não recuei nem gritei
Sob os golpes da sorte
Minha cabeça está ensanguentada mas não curvada

Além deste lugar de fúria e lágrimas
Surge apenas o horror da sombra
E ainda com a ameaça dos anos
Encontra, e há de encontrar-me, sem temor

Não importa quão estreito o portão
Quão carregado de punições o pergaminho
Eu sou o mestre do meu destino
Eu sou o capitão da minha alma.


 Neste blog e, no momento presente, faz todo o sentido partilhar este poema que, tal como foi divulgado terá sido, para Mandela, o seu amparo e inspiração durante os 27 anos que passou na prisão.
Que a sua mensagem de paz e concórdia, nos sirva, igualmente, de suporte no dia a dia de todos nós.
Mandiba, nome que lhe vinha da etnia a que pertencia e que o povo, carinhosamente, utilizava fez já a sua viagem final até à eternidade...
Mas este homem tornou-se imortal pela forma como conquistou a liberdade para o seu povo,  pondo fim ao apartheid que vigorava, sempre condenando a violência e enaltecendo a paz e a harmonia entre as raças. 
Oxalá certos políticos reparassem  na conduta de Mandela  e, em prol da concórdia mundial, que tanto se deseja alcançar,  procurassem seguir o seu exemplo.
Foi impressionante sentir a enorme repercussão mundial que a sua morte provocou e, hoje mesmo, dia 10 de Dezembro, ver nas reportagens televisivas o elevado número de entidades de todos os cantos do planeta, que acorreram  à Africa do Sul, para lhe prestarem homenagem nas primeiras cerimónias fúnebres oficiais.

Em boa verdade, Mandiba já faz parte do Património Universal! Que descanse em Paz.

M.A.

06/12/13

BAZAR DE NATAL NA SIMECQ


Tal qual como nos anos anteriores a SIMECQ inaugurou o seu Bazar de Natal.
Esta é uma iniciativa que já nem precisa de ser explicada.
O Atelier de Artes tem um grupo de colaboradoras, qual delas a mais imaginativa e empreendedora, que em cada ano executam e colocam à disposição dos interessados uma variada e bonita  colecção de objectos destinados a ofertas de Natal.
 Dos  bordados às  pinturas, dos estanhos  às  faianças, das compotas ao artesanato diverso, há de tudo um pouco.
Igualmente, existe a preocupação de que o leque de preços seja razoável, portanto, daqui não sai ninguém sem encontrar aquilo que pretende e a um preço bem convidativo.
Leitores amigos, façam-nos, pois, uma visita certos de que darão o tempo por bem empregue. Cá os esperamos!

FC-MA 
Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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