Como tudo começou

21/12/13

NATAL DE 2013


Caros leitores:
Uma inesperada e aborrecida avaria no meu pc obrigou  a uma pausa mais prolongada neste convívio do blog.
Depois da inevitável visita ao “sr. dr. da informática” que,  graças à amizade que existe entre nós, logo pegou no doente e encetou o tratamento, cá tenho de novo em casa este precioso meio de comunicar convosco.
Claro que me pesava na consciência não assinalar esta festiva quadra do Natal de forma semelhante à dos outros anos mas, felizmente, tudo se conjugou no sentido de vos poder trazer, hoje, à laia de compensação, não um… não dois…mas sim estes três bonitos poemas de Natal, de autores portugueses.

A PALAVRA MAIS BELA

Fui ver ao dicionário de sinónimos
A palavra mais bela sem igual
Perfeita como a neve dos Jerónimos...
E o dicionário disse-me NATAL.

Perguntei aos poetas que  releio:
Gabriela, Régio, Göethe, Poe,
Quental, Lorca, Olegário... e a resposta veio:
Christmas... Nöel... Natividad... NATAL...

Interroguei o firmamento todo!
Cobra, formiga, pássaro, chacal!
O aço em chispa, o "pipe-line", o lodo!
E a voz das coisas respondeu NATAL.

Pedi ao vento e trouxe-me, dispersos
-Riscos de luz, fragmentos de papel-
Cânticos, sinos, lágrimas e versos:
Um N, um A, um T, um A, um L...

Perguntei a mim próprio e fiquei mudo...
Qual a mais bela das palavras, qual?
Para quê perguntar se tudo, tudo,
Diz  NATAL,  diz NATAL, e diz NATAL?!

Adolfo Simões Müller 


O sonho do MeninoJesus

O menino nasceu de um sonho
tecido como um novelo
feito com os fios de luz
de uma estrela no cabelo.
O menino olhou em volta 
para ver mais adiante
e aquilo que encontrou
foi raro e deslumbrante.
Chamou a vaca e o burro 
para estarem junto de si
e eles obedeceram
não saindo mais dali.
Era um rei pequenino
de um reino apenas sonhado
e traçou o seu destino
num presépio acanhado
Mas ele, que nasceu livre,
em liberdade quis crescer,
seguido por gente boa
que com ele ia aprender.
E o seu maior milagre,
o que tem maior valor,
foi ter mostrado ao Homem
a força que há no amor.

José Jorge Letria,
O Livro do Natal

 O Menino Dorme

O Menino nasceu
Deixai-o estar sossegado
Na sua caminha de oiro
Com a mãe e o pai ao lado!

Vai-te embora rouxinol
P`ra longe desse loureiro,
Deixa dormir o Menino
Que está no sono primeiro!

Tu  também, ó cotovia
Já são horas de parar!
Se não paras, o Menino
Não tarda, vai acordar!

E tu, ó melro atrevido,
Que te escondes no silvado.
Vem só cantar ao Menino
Quando estiver acordado!

O Menino dorme, dorme,
Naquele sono profundo...
Quando mais logo acordar
Vai sabê-lo todo o mundo!

Alexandre Parafita,
Histórias de Natal Contadas em Verso

A imagem de abertura é a foto de um painel de azulejos (do retábulo Nossa Senhora da Vida – painel central Natividade) existente  no Museu Nacional do Azulejo,  atribuído a Marçal de Matos e executado c. 1580.
Com votos de uma boa Consoada e Feliz Natal para todos quantos nos leiam, aqui fica o nosso agradecimento pela atenção dispensada ao longos doa anos já decorridos.

F.C / M.A.

1 comentário:

Quica disse...



Não podia ser melhor, comemorar esta data com três lindos poemas.

Agradeço e retribuo as Boas Festas. Que o próximo Ano seja de esperança por dias melhores.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

Localização

Localização
Localização